ATA DA QÜINQUAGÉSIMA PRIMEIRA SESSÃO ORDINÁRIA DA
QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 12-6-2008.
Apresentei, em agosto de
2000, um Projeto que teve apenas um Parecer em fins de novembro de 2005.
Quando, em 1978, assumi a
Secretaria Municipal de Obras e Viação, chegava lá um Projeto de Lei de origem
legislativa permitindo a regularização dos imóveis. Naquele momento, me senti
contrariado, achei que o Projeto não era bom para a Cidade, mas a experiência é
algo que a gente tem que viver todos os dias, e a experiência me mostrou que
não apenas era bom, mas era ótimo. Era tão bom que tinha um prazo de 120 dias,
e eu, que inicialmente era contrário, pedi para que ele fosse prorrogado,
porque encontrei verdadeiras aberrações em construções na Cidade que não
estavam regularizadas, às vezes por pequenas coisas. Encontrei, inclusive, um
edifício inteiro construído, e a pessoa que me procurou me mostrou todas as
plantas do edifício, apenas esses documentos
nunca entraram na Prefeitura, e ele estava certo de que o arquiteto ou a
pessoa responsável tivesse dado entrada na Prefeitura; ele fez o projeto com
três pavimentos, vários apartamentos. E eu disse: “Até vai ficar fácil para o
senhor regularizar agora, o senhor tem as plantas. É só entrar com as plantas
que o prédio estará regularizado.” E aí, eu pedi que a Câmara prorrogasse
aqueles 120 dias. Saí da SMOV, fui para a Secretaria do Governo, fui Prefeito,
e depois fui sucedido pelo Prefeito Collares. O Prefeito Collares também mandou
um Projeto de Lei de Regularização de Imóveis e a Câmara aprovou.
Constata-se hoje que muitas coisas precisam ser
arrumadas e contata-se também que nem sempre as coisas são feitas por má-fé,
nem sempre as irregularidades são provenientes de mau uso, de mau
acompanhamento da obra. Às vezes acontece. Há pequenos detalhes que as pessoas
acham que podem acrescer como, por exemplo, mais uma peça na sua casa pequena;
ou, no edifício, fazer algo diferente. E isso não pode, porque nós temos
legislação.
Então, em 16 de agosto de 2000, eu entrei com um
Projeto de Lei nesse sentido. Não consegui fazer com que fosse votado e nem
mesmo que dessem Parecer. Então, eu resolvi que faria um Substitutivo ao meu
Projeto de Lei. E o Substitutivo reabriria o prazo de regularização de
construções no Município de Porto Alegre, fixado no artigo 5º da Lei
Complementar nº 135, de 22 de julho de 1986. Essa Lei Complementar valia por 90
dias, e depois disso não teve mais. Então, eu resolvi: quem sabe a Câmara há de
entender que seja mais fácil apresentar um Substitutivo revitalizando uma lei
que já existiu, que já foi aplicada. Não, não conseguimos. Duas vezes; no fim
do ano, eu consegui que ele fosse para a Ordem do Dia, sob a égide do art. 81;
duas vezes a Prefeitura pediu que eu retirasse a minha solicitação pelo art.
81, porque estaria fazendo um projeto de lei à altura das necessidades da
Cidade. Ora, como eu fui Secretário de Obras, Assessor da Engenharia na
Prefeitura, eu entendo que os técnicos da Prefeitura têm melhores condições do
que o Vereador, mesmo tendo ocupado funções na Secretaria de Obras ou na
Assessoria de Engenharia, porque lá estão as pessoas que vão analisar as
plantas, vão fazer as suas proposições, então eu entendi que deveria ceder.
Agora, no fim do ano passado, novamente recebi, de
parte da SMOV, uma solicitação para que eu retirasse aquele meu pedido, porque
o Projeto estava pronto. Mais uma vez
eu confiei, mas não fui correspondido. Há poucos dias eu recebi uma minuta de
Projeto de Lei, não com as assinaturas, mas pronto para ser assinado pelo
Prefeito José Fogaça e pelo Secretário Maurício Dziedricki. Falei ao Secretário
que antes de sair da SMOV mandasse o Projeto; pedi a ele que, em retornando à
Casa, apresentasse o Projeto, porque eu não tenho a preocupação da paternidade
da solução, eu quero é a solução.
Então, eu resolvi fazer um novo Projeto,
alicerçado, baseado, no Projeto da Secretaria Municipal de Obras e Viação, e
isso foi no dia 28 de maio deste ano. Vou pedir o art. 81, assim que completar
o prazo, e quero ver a Câmara votar. Agora não tem mais desculpa da SMOV, não
tem mais desculpa da Secretaria do Planejamento, de que há dificuldades; não,
eu fiz de acordo com a minuta, claro que eu alterei algumas coisas, porque eu
também não posso desconhecer que eu tenho experiência e que tenho uma boa
assessoria também. Então nós alteramos algumas coisas e apresentamos um Projeto
novo, e eu vou pedir para que seja retirado da Ordem do Dia, pois está na Ordem
do Dia o Processo nº 2.481, de 2000, Projeto de Lei Complementar do Legislativo
nº 15, de 2000, e que seja depois votado nesta Casa o Processo n° 3.571, de
2008 - Projeto de Lei Complementar do Legislativo n° 12, de 2008. Muitas
pessoas me procuraram buscando solução para os seus pequenos e alguns grandes
problemas. A solução de regularização é muito boa para a Prefeitura, que vai
ter mais impostos sem precisar fazer o que fez, por exemplo, tirar aquela
faculdade, que era dada aos aposentados que recebem até três salários mínimos
de aposentadoria, de não pagar IPTU. Tiraram essa possibilidade, permitindo
apenas para aqueles que recebem até três salários mínimos e tivessem um prédio
no valor máximo de 60 mil UFMs, ou seja, num valor máximo em torno de 120 mil
reais. E se for 120 mil e um real, ele pagará sobre o todo e não sobre aquilo
que excede, o que é liberado até 60 mil UFMs. O justo seria, pelo menos, manter
o status quo. Caso contrário, se for alterado, aquela parte que é
liberada deveria ser liberada para todos: pagaria sobre 60 mil UFMs e mais,
pagaria apenas o valor que excedesse aquilo. Mas não foi o que aconteceu, não
consegui aprovar a Emenda nesse sentido.
Eu tenho certeza de que a Casa tem preocupação com
a população porto-alegrense e com a própria Prefeitura, com a Secretaria da
Fazenda, que precisa de recursos, sim, e vai dar o sim ao Projeto de Lei,
quando eu pedir a aplicação do art. 81, com relação ao qual eu sempre me
manifestei contrariamente. Eu não vejo outra maneira de fazer, e é o que eu vou
fazer, esperando, depois, a aprovação do Projeto que já está aí, mas
estranhamente não chegou na Pauta ainda. De qualquer forma, eu sou um homem que
acredita no seu semelhante, e acredito que os nobres 35 Vereadores darão o seu
apoio sem dúvida nenhuma. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Claudio Sebenelo): Muito obrigado, Ver. João Antonio Dib.
O Ver. João Bosco Vaz está com a palavra em Grande
Expediente. (Pausa.) Ausente.
Passamos às
O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): O Ver. Elói Guimarães está com a palavra em Comunicações. (Pausa.)
Ausente. A Verª Maristela Maffei está com a palavra em Comunicações. (Pausa.)
Ausente. O Ver. Maurício Dziedricki está com a palavra em Comunicações.
(Pausa.) Ausente. O Ver. Nereu D’Avila está com a palavra em Comunicações.
(Pausa.) Ausente. O Ver. Guilherme Barbosa está com a palavra em Comunicações,
por cedência de tempo do Ver. Marcelo Danéris.
O SR. GUILHERME BARBOSA: Sr.
Presidente, Ver. Claudio Sebenelo; Srs. Vereadores e Sras
Vereadoras, demais pessoas que nos acompanham nas galerias e pela TVCâmara,
ontem a Cidade de Porto Alegre viveu momentos muito graves, muito difíceis. Eu,
por estar, nesse momento presidindo a Comissão de Direitos Humanos da Casa, fui
comunicado que estava havendo um confronto no Supermercado Nacional, que fica
na Av. Aureliano de Figueiredo Pinto. Quando cheguei lá, a parte mais grave já
tinha ocorrido, os manifestantes já estavam em caminhada ao longo da Av.
Aureliano, na direção do Parque Harmonia. Então, eu entrei no estacionamento
para verificar o restante daquele processo e vi que não havia sequer um vidro
quebrado no supermercado. Uma ambulância do SAMU estava no local, atendendo
dois manifestantes; um estava deitado, com a cabeça quebrada, tendo o seu
crânio enrolado, o outro também estava deitado numa maca, com uma máscara de
oxigênio. Alguns Deputados estavam chegando naquele local e vendo o final. Depois,
os manifestantes vieram aqui para o Harmonia, pois iam se reorganizar, e a
idéia era seguir até o Palácio Piratini, fazer algumas manifestações, e,
depois, participariam da Sessão Plenária na Assembléia Legislativa. Pois bem,
quando os manifestantes estavam chegando ao Harmonia, e eu estava também
voltando para a Câmara de Vereadores, assisti à Brigada Militar atirar cerca de
uma dúzia de bombas de gás lacrimogêneo contra os manifestantes. Repito: os
manifestantes estavam vindo para o Parque para se reorganizar por causa da
“pauleira” que havia acontecido no Supermercado Nacional, e iriam para o
Palácio Piratini. Foi um corre-corre tremendo. O Comandante, Coronel Paulo
Mendes, que quer ser o “Capitão Nascimento” como no filme Tropa de Elite, disse
para a imprensa que os manifestantes queriam saquear o Supermercado Nacional.
Uma grande mentira, porque não tinha - repito, este Vereador esteve lá – sequer
um vidro quebrado! A Via Campesina é composta de vários movimentos. Um deles,
de pequenos agricultores, tinha trazido cinco toneladas de alimentos para levar
à comunidade de Alvorada, que, depois daquela grande chuvarada, ficou sem
abrigo e sem comida.
Então esse “Capitão Nascimento do Governo Yeda”
mentiu, e, depois, proibiu... Com que direito - se está na Constituição
Nacional Brasileira que todos têm direito a ir e vir - este cidadão proíbe
alguém de ir a algum lugar?
E depois disse, com a maior cara-de-pau, que era
por razão técnica; a razão era política. Agora, neste Estado, com a Governadora
Yeda e esse Comandante fascista da Brigada, ser oposição à Governadora é crime!
Ele acha que pode dizer aonde as pessoas podem ir! Ele acha, e ela também, que
podem dizer o que cada um de nós pensa. Nós derrotamos a ditadura militar e
vamos derrotar esse “chefete” fascista da Brigada! Nós nos orgulhamos da
Brigada, mas não dessa prática e desse chefe! Se ele pensa que vai dizer aonde
nós podemos ir, que vai dizer o que nós pensamos aqui, está enganado! Ele será
derrotado! Abaixo o fascismo! Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Muito obrigado, Ver. Guilherme Barbosa.
O Ver. Professor Garcia está com a palavra em
Comunicações.
O SR. PROFESSOR GARCIA: Sr.
Presidente; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, venho, no período de Comunicações,
falar de um Projeto que nós protocolamos, no final da semana passada, relativo
a um assunto que ocorre em todo o País, que é o alto tempo que os brasileiros
ficam nas filas das operadoras de telefonia móvel no nosso País.
Ontem mesmo, os Procons de todo o Brasil se
reuniram e estão tentando fazer algumas alterações no chamado 0800. Tenho
certeza de que todos nós já passamos por aquelas situações quando telefonamos
para o 0800, ouvimos uma música, pedem para digitarmos o número um ou dois, três,
quatro, cinco, seis, sete, oito, com várias opções. Apertamos uma tecla, e vem
uma outra voz que diz alguma coisa como:”para esse assunto, tecle um, para esse
outro assunto, tecle dois...” e assim vai indo, ou seja, ficamos quase uma hora
ao telefone, e, na maioria das vezes, não conseguimos resolver nosso problema.
Estou-me referindo, neste Projeto, especificamente
a quando temos que ir a uma das operadoras para tentar resolver o problema dos
telefones celulares. Quero colocar para os senhores e para as senhoras que, no
nosso País, as operadoras de telefonia celular, desde a sua entrada no mercado
brasileiro, têm lucrado bilhões de reais. Hoje, já têm mais de 102 milhões de
clientes - ou seja, é um número altíssimo -, e, a cada dia, cresce mais o número
de portadores de telefone celular. Em Brasília, a média é de 1,2 aparelhos por
habitante. E a maior reclamação, hoje, com relação a esse tema é a demora no
atendimento nas lojas, onde o cliente espera em torno de, no mínimo, uma hora
para ser atendido. O que estamos fazendo? Porto Alegre já votou uma Lei
relativa às filas nos bancos e, por simetria, nós estamos também propondo que o
atendimento ao cliente, nas lojas de operadoras de telefonia celular, tenha o
limite máximo de espera fixado em 20 minutos, em dias normais, e, 30 minutos,
às vésperas de feriados ou datas comemorativas. “O não-cumprimento do disposto
no art. 1.º sujeitará ao estabelecimento infrator...” E aqui estamos colocando
multas pesadas no caso do não-cumprimento.
Na realidade, é um projeto de aparência simples,
mas que vai minimizar, em muito, aquilo que ocorre não só em nossa Cidade, mas
no País. Em tempos modernos, é inadmissível que as pessoas fiquem esperando por
horas e horas para receber uma informação daquilo que necessitam e, na maioria
das vezes, as pessoas saem sem ver o resultado da sua demanda.
Então protocolamos e esperamos que, ao longo desses
meses, esse Projeto seja analisado por nossos colegas para que, a exemplo do
que já ocorre nos bancos, nenhuma demanda dessas seja superior a 20 minutos.
Por isso, Sr. Presidente, trago este relato.
Agora, para finalizar, mudando de assunto, neste
fim de semana, estive no Rio de Janeiro, numa reunião do Conselho Federal de
Educação Física, e, ao retornar a Porto Alegre, no domingo, meu vôo fez escala
no aeroporto de Florianópolis, com pouso previsto por volta das 18 horas; e não
havia teto para continuar a viagem. Então, foi disponibilizado um ônibus, o
qual muitos não quiseram. E lá no saguão do aeroporto houve um verdadeiro
embate, onde os empresários da empresa TAM começaram a dizer que, quem quisesse
pegar o ônibus, que pegasse; quem não quisesse assim, que voltasse no outro
dia. Foi feita uma pressão, disseram que era impossível colocar as pessoas em
hotel. Mas eu quero registrar que, desta vez, a ANAC mostrou força e
competência. Foi um grupo – este Vereador, inclusive, estava junto a esse grupo
– à ANAC, que se dirigiu ao balcão da TAM e exigiu, de uma hora para outra, que
todos fossem instalados em um hotel, por conta da TAM, com o translado, com a
alimentação e o retorno no outro dia - no caso, na segunda-feira. Então, quero
registrar, também, que muitas vezes criticamos a ANAC, mas temos, também, como
dever e obrigação, que parabenizá-la por essa atitude.
Quero ressaltar que a situação da aviação no nosso
País é algo que transcende, porque tratam muito mal os passageiros; e parece
que as empresas não querem correr nenhum risco.
Portanto, venho, de público, fazer esse
agradecimento à ANAC, pela forma com que, imediatamente, abordou a TAM e
conseguiu, então, que, de uma hora para outra, pela não-existência de vôo, a
TAM pudesse levar todos os passageiros para o hotel. Muito obrigado, Sr.
Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Obrigado, Ver.
Professor Garcia. Está encerrado o período de Comunicações.
Passamos à
PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
1ª SESSÃO
PROC. Nº 2288/08 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº
073/08, de autoria dos
Vereadores Newton Braga Rosa e João Carlos Nedel, que institui o Programa de
Acesso ao Ensino Superior de Porto Alegre – Praespa – e dá outras providências.
PROC. Nº 2747/08 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº
103/08, de autoria do
Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Tio Bilia, nome artístico de Antônio
Soares de Oliveira, o logradouro público não-cadastrado, conhecido como
Rua 1953 – Loteamento Wenceslau
Fontoura –, localizado no bairro Mário Quintana.
PROC. Nº 2866/08 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº
113/08, de autoria do Ver.
Mauro Zacher, que denomina Rua Avelino Ângelo Andreis, o logradouro
não-cadastrado, conhecido como Beco Um – Rua Marcone –, localizado no bairro
Partenon.
PROC. Nº 3222/08 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº
130/08, de autoria da
Verª Maria Luiza, que denomina Rua Cândido Mariano da Silva Rondon, o
logradouro não-cadastrado, conhecido como Rua Cândido Mariano da Silva,
localizado no bairro Restinga.
PROC. Nº 3566/08 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº
143/08, de autoria do
Ver. José Ismael Heinen, que concede o título honorífico de Cidadão
Emérito de Porto Alegre ao Senhor
Cláudio Pacheco Prates Lamachia.
PROC. Nº 2672/08 -
PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 009/08, de autoria do Ver. Claudio Sebenelo, que
altera o art. 3º da Lei Complementar nº 444, de 30 de março de 2000, que
autoriza o Poder Executivo do Município de Porto Alegre a criar o Conselho
Municipal do Idoso e dá outras providências, alterando a composição desse
Conselho. Com Emenda nº 01.
2ª SESSÃO
PROC. Nº 2569/08 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 093/08, de autoria do Ver. Alceu Brasinha, que concede o título
honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Empresário Irio Piva.
PROC. Nº 2934/08 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 117/08, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina
Rua Centro Social Marista o logradouro público não-cadastrado, conhecido como
Acesso H Quatro – Loteamento Wenceslau Fontoura –, localizado no bairro Mário
Quintana.
PROC. Nº 2998/08 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 119/08, de autoria do Ver. Bernardino Vendruscolo, que
concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Senhor Geraldo
Fulgêncio de Oliveira Filho.
PROC. Nº 3121/08 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 125/08, de autoria do Ver. Carlos Todeschini, que proíbe a
criação, a manutenção e a alimentação de pombos domésticos em vias, praças,
prédios e locais de acesso público na zona urbana do Município de Porto Alegre
e estabelece penalidades para seu descumprimento.
PROC. Nº 3220/08 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 128/08, de autoria da Verª Maria Luiza, que denomina Rua Leste o
logradouro não-cadastrado, conhecido como Beco Nove – Vila Castelo –,
localizado no bairro Restinga.
PROC. Nº 3223/08 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 131/08, de autoria da Verª Maria Luiza, que denomina Rua Jequitibá
Rosa o logradouro não-cadastrado, conhecido como Rua Jequitibá Rosa, localizado
no bairro Restinga.
PROC. Nº 3456/08 -
PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 027/08,
que altera a redação do art. 1º da Lei nº 8.689, de 28 de dezembro de 2000, alterada
pelo art. 3º da Lei nº 10.239, de 16 de agosto de 2007, pela inclusão do
Diretor-Geral do Hospital de Pronto Socorro – HPS, da Secretaria Municipal da
Saúde – SMS, na relação de postos de confiança sujeitos à concessão de verba de
representação, e dá outras providências.
PROC. Nº 2042/08 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 057/08, de autoria da Verª Maria Celeste, que isenta do pagamento
da tarifa no transporte coletivo por
ônibus os servidores de Nível Médio da Brigada Militar e os servidores da Guarda
Municipal, quando em serviço, revoga as Leis nos 5.397, de 10 de
janeiro de 1984, e 7.017, de 27 de março de 1992, e dá outras providências.
PROC. Nº 2482/08 -
PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 026/08, de
autoria da Verª Maristela Maffei, que concede o Troféu Câmara Municipal
Porto Alegre ao Senhor Erminio Vivian.
PROC. Nº 2531/08 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 089/08, de autoria do Ver. Aldacir Oliboni, que institui como
Área Especial de Interesse Institucional para instalação de Equipamento Urbano
Público, com base nos arts. 73 e 74 da Lei Complementar nº 434, de 1º de
dezembro de 1999 (PDDUA), e alterações posteriores, a área denominada como
Terminal Alameda, localizada no bairro Vila João Pessoa, e dá outras
providências.
PROC. Nº 2893/08 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 115/08, de autoria da Verª Maria Luiza, que denomina Rua
Saddlebred o logradouro não-cadastrado, conhecido como Rua A – Vila Castelo –,
localizado no bairro Restinga.
PROC. Nº 3287/08 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 003/08, que cria a Agência Municipal de Inovação e Desenvolvimento Científico e Tecnológico de Porto Alegre – INOVAPOA, no âmbito da Administração Descentralizada do Executivo da Prefeitura Municipal de Porto Alegre – PMPA, e dá outras providências.
O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): O Ver. Adeli
Sell está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. ADELI SELL: Sr.
Presidente, meu caro Ver. Claudio Sebenelo, o tema que vou tratar na Pauta,
hoje, é o Projeto da INOVAPOA, Agência de Desenvolvimento em Tecnologia. Nós
acreditamos que Porto Alegre precisa ter, como um dos seus principais eixos do
desenvolvimento econômico social, a questão da tecnologia da informação, até
porque, com os investimentos que estamos fazendo na Lomba do Pinheiro, com a
criação do Ceitec, o Centro de Excelência em Prototipagem de Chips, um projeto
em que o Governo Federal está colocando 4 bilhões de reais, nós, junto com todo
esse eixo de desenvolvimento tecnológico no entorno da Ipiranga, especialmente
na UFRGS e, também, no Tecnopuc, teremos condições de nos colocar, mais do que
nunca, no mercado internacional da tecnologia de informação.
Uma agência de desenvolvimento tem que ser muito
bem discutida e trabalhada. Eu li, porque a Exposição de Motivos que nos foi
mandada é muito longa; e com alguns elementos, inclusive, eu concordo
plenamente, porque o Prof. Alonso, recentemente, numa atividade feita por nós
aqui da Câmara, na PUC, alertou para a questão do desenvolvimento do trabalho
na área de serviços em Porto Alegre, que perde, no último período, inclusive
para a Região Metropolitana. Portanto, há uma necessidade de reversão. Mas uma
agência de desenvolvimento não substitui a área de planejamento urbano. São
coisas distintas, e há uma certa confusão em algumas entrevistas, em matérias
que eu li, quando a Prefeitura apresentou o projeto e quando divulgou no seu site
e nos seus releases para os meios de comunicação. São coisas
completamente distintas.
Curitiba tem, há 42 anos, o IPUC, que é um
instituto de planejamento urbano, que tem uma trajetória importante - com
algumas crises nos últimos anos, a bem da verdade, já foi melhor-, e tem uma
organização social que se chama Instituto Curitiba de Informática, o ICI.
Nós podemos discutir se é um instituto, se é uma
agência de desenvolvimento. As universidades fazem, hoje, fundamentalmente,
agências de desenvolvimento, que é a forma jurídica que eles encontraram de
tratar desse tema. É um tema da maior importância. Eu acho que, inclusive, nós
não estamos dando a atenção devida, porque hoje é o último dia de Pauta para
discutir este tema, vai para a Comissão de Constituição e Justiça. Eu já quero
dizer ao Presidente Ver. Elias Vidal, da minha Comissão, que é a Comissão de
Economia, Finanças, Orçamento e do Mercosul, Ver. Luiz Braz, que eu vou pautar,
antes de votarmos o INOVAPOA na CEFOR, de nós fazermos uma reunião com
técnicos, com profissionais. Nós queremos chamar aqui o Tecnopuc, nós temos que
chamar o CEITEC, nós queremos chamar toda essa área de tecnologia, os órgãos da
Prefeitura para fazer o debate de como nós vamos tratar esse tema da inovação
tecnológica em Porto Alegre.
Eu lembro, inclusive, que, no ABC paulista, nós
temos uma agência de desenvolvimento capitaneada pelo então Prefeito Celso
Daniel, que tratou não apenas do Município de Santo André, mas de toda a Região
Metropolitana de São Paulo. Porque eu acho que nós não podemos ter uma
competição desenfreada entre Porto Alegre e Gravataí, entre Porto Alegre e São
Leopoldo - que tem um centro tecnológico de excelência. E a Prefeitura de lá
deveria fazer, como nós devemos fazer aqui, uma parceria e não entrar numa
disputa desenfreada num mercado que é um mercado que tem que se juntar, que tem
que se somar, para poder trazer mais e mais desenvolvimento para Porto Alegre.
Eu quero lembrar a Índia, que sempre foi um país
periférico, um país colonizado pelos ingleses, mas que, graças a um processo de
educação, especialmente de educação na área de tecnologia, fez inclusão social,
deu emprego a milhares de pessoas que lá vivem, disputando hoje um mercado que
cresce enormemente no mundo inteiro.
Portanto, nós não podemos “perder o trem da
história”, nós temos que fazer essa discussão, mas o Projeto tem algumas
questões confusas, conflitantes, que têm que ser aparadas, e eu pretendo, inclusive,
apresentar algumas Emendas modificativas para melhorar este Projeto, mas quero
deixar claro que não substitui um Instituto de Planejamento, não substitui uma
SPM - Secretaria de Planejamento Municipal -, com capacidade de pensar o futuro
de Porto Alegre. Essas são as questões candentes desse Projeto de Lei.
Obrigado, Ver. Sebenelo.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Obrigado,
Ver. Adeli.
O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para
discutir a Pauta.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr.
Presidente, Ver. Claudio Sebenelo; Srs. Vereadores e Sras
Vereadoras, em primeira Sessão de Pauta, hoje, há seis novos Projetos; em
segunda Sessão, doze Projetos. Alguns são de denominação de logradouros, e
outros têm importância, sem dúvida nenhuma, e devem merecer a nossa atenção,
como, por exemplo, o Projeto que institui o Programa de Acesso ao Ensino
Superior de Porto Alegre, de autoria dos Vers. Newton Braga Rosa e João Carlos
Nedel.
O Projeto do Ver. Todeschini proíbe a criação, a
manutenção e a alimentação de pombos domésticos em vias, praças, prédios e
locais de acesso público na Zona Urbana do Município de Porto Alegre e
estabelece penalidades para o seu descumprimento. É um assunto que, realmente,
apaixona e preocupa, porque, de repente, a Cidade está tomada, em diferentes
setores, de pombos domésticos que são alimentados pela população. E os pombos
são muito prolíficos, se reproduzem muito rapidamente e podem causar doenças,
podem causar uma série de doenças para o homem. Inclusive, quando fazem seus
ninhos nas calhas, podem fazer com que haja alagamento; a calha entupida pode
fazer com que a água corra para dentro de casa, para dentro do prédio. É uma
coisa muito ruim, já vi acontecer na Prefeitura.
O Executivo encaminha um Projeto de inclusão do
Diretor-Geral do Hospital de Pronto Socorro na relação para que receba uma
verba de representação, como recebem todos os Secretários. Os Secretários têm
um salário fixo, mas, na verdade, compõe-se de duas partes que, somadas, tornam
o salário equivalente ao do Vereador.
A Verª Maria Celeste propõe isenção do pagamento da
tarifa no transporte coletivo por ônibus aos servidores de nível médio da
Brigada Militar e aos servidores da Guarda Municipal, quando em serviço. Ora!
Se eles estão em serviço, são da Brigada Militar ou da Guarda Municipal, eles
estão fardados, e fardados não pagam! Então, eu não estou entendendo exatamente
o que pretende a Vereadora no momento em que a Casa estuda – fez, inclusive,
uma Audiência Pública – o problema de excesso de liberalidade no transporte
coletivo: quase 30% não pagam tarifa. E, na verdade, não existe nada de tarifa
gratuita, um paga pelo outro, e quem termina pagando é exatamente aquele que
mais precisa: é quem não tem emprego, porque tem quem recebe vale-transporte,
mas aquele que trabalha por conta própria, que tem poucos recursos ou os seus
filhos, enfim, esses pagam por aqueles que deixam de pagar a tarifa. Portanto,
eu estranho essa solicitação, que vai ser analisada com carinho pelos meus
Pares, e espero que não seja aprovada.
O restante são denominações de logradouros, e o
Ver. Oliboni criando uma Área Especial de Interesse Institucional ali onde
funcionava o Terminal Alameda - é algo para ser analisado. Confesso que não
tive oportunidade de analisar o Processo, mas o Terminal não pode ficar lá
abandonado, precisa ser aproveitado. Só não entendi como ele quer fazer ali uma
Área Especial de Interesse Institucional. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Obrigado, Ver.
João Antonio Dib.
O Ver. Professor Garcia está com a palavra para
discutir a Pauta.
O SR. PROFESSOR GARCIA: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, com relação ao PLL nº
073/08, de autoria dos Vereadores Newton Braga Rosa e João Carlos Nedel, que
institui o Programa de Acesso ao Ensino Superior de Porto Alegre – Praespa, e
dá outras providências, é meritória a questão do acesso ao Ensino Superior, mas
quero lembrar que, por uma questão constitucional, os Municípios devem,
obrigatoriamente, atuar no Ensino Fundamental. Essa é a competência dentro da
Constituição, definindo que cabe aos Municípios, o Ensino Fundamental; que cabe
ao Estado o Ensino Médio, e, à União, o Ensino Superior. Isso não quer dizer
que o Município não possa ter Ensino Médio ou que o Estado não possa ter o
Ensino Superior; mas, prioritariamente, esse Ensino tem que ser de qualidade.
Hoje, os senhores e as senhoras certamente já
tiveram acesso ao noticiário, que coloca a questão da Educação no nosso Estado,
que a cada dia está perdendo pontos percentuais. Mas a Educação, no Brasil como
um todo, não está bem. Então, é um Projeto para discussão, ele institui o
Programa, mas volto a dizer que a principal meta do Município é o Ensino
Fundamental. O Município tem, hoje, duas escolas de Ensino Médio - somente duas
escolas -, porque faz questão de atuar, e muito, no Ensino Fundamental, sem
falar que, nessa última Legislatura, o Prefeito José Fogaça priorizou atuar na
construção de novas creches, que, sem sombra de dúvida, é a maior demanda do
Município de Porto Alegre; foram colocadas mais de três mil vagas para essas
crianças, mas ainda é um processo incipiente.
Quero falar também do PLL nº 057/08, de autoria da
Verª Maria Celeste, que isenta do pagamento da tarifa no transporte coletivo
por ônibus os servidores de nível médio da Brigada Militar e os servidores da
Guarda Municipal, quando em serviço. Eu confesso que eu não li o Projeto como
um todo, mas sabemos que tanto o efetivo da Brigada, quanto o da Guarda
Municipal, quando em serviço e fardados, têm isenção do pagamento da tarifa do
transporte coletivo. Como o sistema está sendo alterado com a questão da
bilhetagem eletrônica, pode ser que haja essa alteração; mas como estamos recém
no período de discussão de Pauta, esse Projeto vai ser aprofundado.
A Srª Sofia
Cavedon: Vossa Excelência permite um aparte?
O SR.
PROFESSOR GARCIA: Pois não, Vereadora, concedo um aparte a Vossa
Excelência.
A Srª Sofia
Cavedon: Ver. Garcia, eu quero falar sobre o primeiro Projeto que trata sobre o
Programa de Acesso ao Ensino Superior. Eu tenho um acordo sobre a
responsabilidade do Município, que é Ensino Fundamental compartilhado com o
Estado e Educação Infantil, mas é exatamente no tema da Educação Infantil que
nós precisamos avançar na formação dos educadores. Hoje, existem milhares de
educadores que trabalham nas periferias da Cidade, que são de comunidades
carentes e que não têm como acessar a universidade. E nós tínhamos um projeto
muito importante, em parceria com o Município de Porto Alegre e UERGS, em que o
Município entrava com algum recurso, oportunizando o acesso às educadoras das
creches, que é uma prioridade do Governo. Quero lhe colocar, como um alerta,
que, novamente, este Governo está devendo um retorno às educadoras populares.
Nós reabrimos a conversa com o Reitor Callegaro, com
a UERGS, para elas voltarem à Universidade, só que este Governo não prioriza.
Quem sabe este Projeto lembre que da área de Educação Infantil. Eu acho
importante investir nisso, sim.
O SR.
PROFESSOR GARCIA: Eu acho que é importante a sua manifestação, mas
também quero lembrar que nunca se investiu tanto em creches, num curto espaço
de tempo, como agora. Eu volto a dizer: mais de três mil vagas, em três anos;
quarenta novas creches no Município de Porto Alegre. Repito que é uma demanda
em que o Município ainda está em débito, porque nos últimos anos necessitaria
de aproximadamente mais de 20 mil vagas. É um processo longo, mas queremos
registrar que 40 novas creches significam um avanço. Muito obrigado, Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Obrigado, Ver.
Professor Garcia.
O Ver. Aldacir Oliboni está com a palavra para
discutir a Pauta.
O SR. ALDACIR OLIBONI: Nobre
Presidente, Ver. Claudio Sebenelo; senhoras e senhores; Vereadores e
Vereadoras; público que acompanha a Sessão de hoje; as comunidades
representativas, cidadãos e cidadãs; dentre os Projetos apresentados, gostaria
de fazer a leitura de um dos Projetos que eu apresentei, que está em 2ª Sessão
de Pauta no dia de hoje, que é o PLL nº 089/08, que institui como Área Especial
de Interesse Institucional para instalação de Equipamento Urbano Público, com
base nos arts. 73 e 74 da Lei Complementar nº 434, de 1º de dezembro de 1999 -
PDDUA -, e alterações posteriores, a área denominada como Terminal Alameda,
localizada no bairro Vila João Pessoa, e dá outras providências.
Ver. João Antonio Dib, nós temos, e V. Exª se
referiu há pouco, na Região Leste do Porto Alegre, o Terminal Alameda. O
Terminal Alameda, até bem pouco tempo, era utilizado para feira de produtos
hortigranjeiros, e, nos finais de semana aquela área era disponibilizada para a
comunidade, para eventos culturais, e assim por diante. Pois a comunidade da
Região Leste, mais próxima do Terminal Alameda, surpreendeu-se, recentemente,
pois que essa área foi liberada para o DMLU, área esta que está sendo
utilizada, também, por empresas terceirizadas pelo DMLU. Utilizam-se de uma
área pública de uma comunidade que está buscando várias alternativas para construir,
por exemplo, um posto de saúde, um posto policial, um local de convivência.
Pois este Projeto de Lei devolve essa área para a comunidade, para que ela
possa demandar, seja no OP, ou por outras formas institucionais, para poder ali
criar um mecanismo e construir um módulo que venha a atender às necessidades da
comunidade. Hoje, por exemplo, a feira de hortigranjeiros foi deslocada para
uma rua lateral, inclusive causando enormes problemas no trânsito às
quartas-feiras; e o Terminal Alameda fechado, sendo utilizado à “meia-boca” por
uma empresa que terceiriza os serviços no DMLU.
Vejam só os senhores e as senhoras, como, de fato,
é injusta e improcedente essa atitude, e a comunidade não vai aceitar uma
decisão do Governo, de cima para baixo, fazendo com que essa área verde, essa
área que está gravada no Plano Diretor como de Interesse Social, passe a ser
utilizada por uma empresa que terceiriza serviços na cidade de Porto Alegre. E
mais do que isso: a Rua Ramalhete, que está na lateral deste terminal, também
está obstruída, fechada, sem haver fluxo de veículos, para que a comunidade
possa ter maior facilidade de estar ou de chegar ao comércio. Este Projeto de
Lei vem atender a uma demanda ou uma solicitação da comunidade; a comunidade
passa a dizer, de fato, o que ela quer.
Nós sabemos que na Região Leste há inúmeras
deficiências, dentre elas o atendimento médico. E a Unidade de Saúde São José,
que fica próxima ao Terminal Alameda, teve que demandar uma área numa pequena
praça próxima dali, sendo que poderíamos fazer essa Unidade de Saúde nesse
local, porque a área é grande e comporta, inclusive, outras reivindicações,
como por exemplo, um posto policial; como por exemplo, uma pequena área de
convivência. Porque na Região Leste de Porto Alegre há inúmeras dificuldades de
ter essas áreas de convivência, sejam elas para praças ou para futebol de
campo, de várzea. Nós precisamos, sim, criar mecanismos para que a comunidade
possa acessar esses espaços públicos, e estes estarem à disposição da
comunidade, porque se trata de uma área gravada no Plano Diretor como Área de
Interesse Social. Nesse local, no passado, inclusive, aconteciam as plenárias
do Orçamento Participativo.
Nesse sentido, nós queremos fazer, embora estejamos
iniciando a discussão, embora estejamos iniciando este debate, mas tenho
certeza absoluta de que a Casa não vai se furtar de votar um Projeto de Lei que
venha a trazer um espaço de convivência para as comunidades que, por si só, não
têm como demandar outras obras ou outras edificações para o bem da mesma. É um
apelo que a gente faz: que esse Projeto tramite com segurança e que volte ao
Plenário tendo a aprovação da maioria dos Vereadores. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Obrigado, Ver.
Aldacir Oliboni.
O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para
discutir a Pauta.
O SR. CARLOS COMASSETTO: Sr.
Presidente, Ver. Claudio Sebenelo; Srs. Vereadores e Sras
Vereadoras, senhoras e senhores; quero aqui trazer à discussão Projeto que está
em segunda audiência de Pauta hoje: um Projeto do Executivo Municipal que
propõe construir em Porto Alegre a Agência de Inovação Tecnológica – INOVAPOA.
Quero dizer que a nossa Bancada, a do Partido dos Trabalhadores, é favorável à
inovação tecnológica, mas, pela maneira como o Executivo está apresentando esse
Projeto, vêm junto dois “contrabandos” que nós precisamos discutir e analisar e
referenciar isso na política pública municipal. O primeiro “contrabando” é que,
para criar a Agência INOVAPOA, Secretário Fortunati, o Executivo Municipal está
propondo extinguir a Secretaria de Captação de Recursos do Município de Porto
Alegre; portanto, extinguir uma Secretaria que tem um papel estratégico, o de
captar recursos - recursos em nível estadual, recursos em nível nacional,
recursos em nível internacional - para aplicar no Município de Porto Alegre. O
que nós estamos vendo hoje, Ver. João Antonio Dib? Que o Município não tem
novos projetos, não elabora novos projetos para desenvolver na Cidade. Por isso
está propondo extinguir uma das Secretarias que tem um papel estratégico, o de
captação de recursos, em nome da criação da INOVAPOA, a qual nós somos
favoráveis. Isso é um equívoco do Executivo Municipal, e o Prefeito Fogaça tem
que dizer por que está querendo extinguir essa Secretaria. Será que a captação
de recursos não terá que ter mais transparência, numa Secretaria estruturada,
com um Secretário que negocie nacionalmente e internacionalmente, ou isso está
diluído nos diversos órgãos, e aí cada um pode tratar a captação de recursos a
seu bel-prazer? Não concordamos com essa orientação, não concordamos com essa
lógica. Portanto, foi construída uma Secretaria Municipal de Captação de
Recursos, e ela tem que continuar existindo, nossa Líder, Verª Margaret Moraes.
A segunda questão com a qual não concordamos no
Projeto, que vem como “contrabando” no Projeto do INOVAPOA, Sr. Presidente, é
que o Executivo Municipal já propõe, no Projeto, que o Diretor desse Instituto
a ser criado já inicie com um mandato de três anos a partir da sua criação.
Bom, um mandato de três anos sem conseguir ser mexido significa que tem uma
previsão que agora, no final do ano, quando troca a Gestão Municipal,
possivelmente com um novo Prefeito ou uma nova Prefeita exercendo a Prefeitura,
não poderá indicar a um Cargo de Confiança para essa Secretaria de Inovação
Tecnológica, porque o atual Prefeito, Ver. Todeschini, já determinou que terá
que ficar três anos no cargo, mesmo contra a política municipal que estiver em
vigência. Nós entendemos que quem ganha a Prefeitura ganha com um projeto, um
projeto para inovar, um projeto para dar transparência, um projeto para
reorientar as políticas públicas, e, nesse sentido, tem o direito de indicar um
novo Secretário, seja ele na agência INOVAPOA, seja ele de qualquer Secretaria.
Portanto, essa é uma proposta, Sr. Presidente, em
que a agência é boa, a agência é necessária para a inovação tecnológica;
significa centrar a discussão em novas tecnologias da informação e da
comunicação, o tema que mais se desenvolve no mundo. Porto Alegre está dando o
exemplo com o Ceitec, projeto do Governo Federal de 170 milhões de dólares lá
na Lomba do Pinheiro, que estará produzindo o primeiro chip da América
Latina, ou seja, produzindo inteligência para exportarmos produtos para o mundo
com inteligência. Então, uma agência de inovação tecnológica é necessária.
Agora, outra pergunta que não está respondida: será
que o papel da Procempa não é fazer os estudos de inovação tecnológica? E o que
hoje faz a Procempa, a empresa de Processamento de Dados do Município de Porto
Alegre que deveria fazer toda a inovação tecnológica? Então essas três
respostas nós queremos ter. Por que extinguir a SECAR? Por que indicar um
Presidente já para os próximos três anos do próximo Governo? E por que a Procempa
não assume essa responsabilidade da inovação tecnológica? Muito obrigado, Sr.
Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Obrigado,
Ver. Comassetto.
Queremos registrar a presença do Sr. José
Fortunati, Secretário do Planejamento. É um grande prazer tê-lo conosco,
Secretário; e queríamos registrar a presença da Secretária de Cultura do Estado
do Rio Grande do Sul, Mônica Leal.
O SR. CARLOS TODESCHINI (Requerimento): Requeiro
apresentar Relatório de Viagem na tribuna.
O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Deferido de
plano por esta Presidência.
O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra em
Tempo Especial.
O SR. CARLOS TODESCHINI: Sr.
Presidente, Ver. Claudio Sebenelo; Srs. Vereadores; Sras Vereadoras;
público presente; público que nos assiste pelo Canal 16; quero fazer o
relatório da viagem que realizei a Brasília, na semana passada, nos dias 4, 5 e
6, quarta, quinta e sexta-feira. Na quinta-feira, estive em audiência, em
primeiro lugar, com o Sr. Romeu Tuma Júnior, que é o Secretário para Assuntos
Civis do Ministério da Justiça, e estou tratando, acompanhando um assunto
relevante aqui – julgo, pelo menos, relevante -; desde 2006, tive envolvimento
com as questões dos estrangeiros indocumentados que vivem em nosso País. Só
aqui, no Rio Grande do Sul, são cerca de 22 mil pessoas que precisam de
regularização; a grande maioria são uruguaios, argentinos, paraguaios,
bolivianos, latino-americanos, mas também de outros países do planeta e que
estão à mercê de uma situação de grandes dificuldades, porque eles não podem se
apresentar, não têm direitos, vivem na marginalidade e precisam de um amparo. E
o Brasil, só para terem uma idéia, tem um milhão de pessoas que são
estrangeiros, enquanto que quatro milhões de brasileiros vivem em outros
países. Portanto, há uma necessidade urgente, premente da regulamentação dessa
Lei.
Tive uma informação importante, feliz, de que o
Governo pretende enviar ao Congresso Nacional a nova Lei, o novo código para os
estrangeiros, que vai dar conta de regularizar a maior parte das pessoas que
vivem, como se diz, como cidadãos, mas de categoria inferior, porque são
cidadãos indocumentados. Então, a Lei prevê uma série de situações de forma
ajustada, favorável; ela foi produzida em conjunto com a Pastoral dos
Imigrantes, com as entidades que atendem os estrangeiros, essas pessoas que
sofrem, e sofrem muito. Então nós devemos também receber cópia do Projeto de
Lei para poder dar a nossa contribuição. Esse foi um trabalho que iniciou aqui
na CEDECONDH, em conjunto com o CIBAI Imigrações, com a Igreja da Pompéia, Ver.
Oliboni, que nós temos esse assunto sendo tratado, que vai ajudar a resgatar,
dar cidadania e dignidade para mais de vinte mil pessoas no Rio Grande do Sul.
Um outro assunto que estivemos tratando também foi
o tema ligado à Segurança pública, à implementação do plano-piloto das AISPs,
em que o Governo Federal tem disposição de alocar um plano-piloto como um dos
dez projetos prioritários do Brasil, aqui em Porto Alegre, a partir de Lei
aprovada por esta Câmara. Há uma solicitação de um projeto no valor em torno de
4,5 milhões de reais para ser distribuído em cinco anos, mas isso lança as
bases para a materialização do Pronasci – Programa Nacional de Segurança
Pública com Cidadania –, que se materializará aqui em Porto Alegre através da
implantação da Áreas Integradas de Segurança.
Também, na sexta-feira, tive oportunidade de
acompanhar o lançamento da ordem de início das obras do PAC, no Palácio do
Planalto, onde recebi uma cobrança, e me foi pedido que eu transmitisse isso ao
Governo Municipal, de que, até sexta-feira, ainda não havia sido entregue o
cadastro da Vila Dique. E fizemos uma cobrança pela imprensa através de uma
colunista de um importante jornal local no domingo; na segunda, o DEMHAB,
então, atendeu a essa demanda que estava atrasada, no mínimo, há dois anos; mas
ainda está por ser feito todo o programa do trabalho social nos
reassentamentos, quer seja ele na Entrada da Cidade, na Vila Dique, na Vila
Nazaré, e também no Socioambiental, algo que está em dívida por parte do
Governo Municipal para com os órgãos de financiamento, o que pode levar a
sustar o Programa. Portanto, nós fazemos esse pedido aqui, formalmente, à
Liderança do Governo, Ver. Professor Garcia: de que sejam cumpridas as
obrigações que o Município tem contraídas, em contrato, com a Caixa e o Governo
Federal. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): O Ver. Nilo Santos está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. NILO SANTOS: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhores, senhoras que nos acompanham, eu
gostaria de agradecer pela oportunidade que o meu Partido - PTB - me oferece,
neste momento, para pedir que a RBS
faça uma correção. Foi publicada nos jornais Diário Gaúcho e Zero Hora a
posição de cada Vereador sobre o fim das carroças, e eu quero desautorizar
qualquer jornalista da RBS a emitir opinião que não dei. Aparece, aqui: “Nilo
Santos, PTB, a favor do fim das carroças”.
Eu não dei essa opinião, não emiti essa opinião e
desautorizo qualquer jornalista a emitir uma opinião sem conversar comigo
antes. Eu desautorizo, porque isso é muito sério; é um Projeto que está sendo
discutido, analisado, e eu não emiti nenhuma opinião, nem a favor, nem contra.
Ninguém pode usar o meu nome para emitir uma opinião que eu não dei!
Quero agradecer ao meu Partido pela oportunidade
desse esclarecimento.
Quero também fazer um comentário sobre as invasões
que estão acontecendo, que aconteceram ontem, e quero, aqui, Ver. Guilherme
Barbosa, parabenizar a Brigada Militar, exatamente porque eu não posso
concordar com o fato de as pessoas transformarem a Cidade numa anarquia, porque
a pessoa...
(Tumulto nas galerias.)
O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Há um
Vereador falando na tribuna, e ele tem todo o direito de emitir a sua opinião.
Solicito aos visitantes que permaneçam em silêncio
enquanto o Vereador dá a sua opinião.
O SR. NILO SANTOS: Obrigado, Sr.
Presidente. A pessoa pode ser pobre, a pessoa pode vir de onde eu vim - que foi
do morro -, a pessoa pode ser o que ela for, mas ela não pode ultrapassar os
limites estabelecidos pela Lei. Não pode! Isso vira anarquia, vira confusão, e
é tudo o que nós não precisamos. Estamos vivendo um momento delicado no Governo
do Estado, não podemos nos aproveitar da situação para tentar fragilizar mais
ainda; isso só vai gerar prejuízo, Ver. Guilherme Barbosa, ao nosso Estado, vai
gerar prejuízo! E a nossa posição, como Parlamentar, é de acalmar a situação, é
de tentar resolver a situação. Tem que haver ordem, sim; não podemos
transformar as nossas necessidades em anarquia! Imagine, Ver. Guilherme
Barbosa, se todas as pessoas que têm dificuldades financeiras resolverem
invadir os mercados, por exemplo! Imagine! O que vai resolver, Ver. Guilherme
Barbosa? Então, isso não pode acontecer.
(Manifestações nas galerias.)
O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Só um
momentinho, Vereador. Não são permitidos apartes. Vereador, asseguro o seu
tempo.
O SR. NILO SANTOS: Porque quando
a Brigada Militar fez uma ação para registrar os pedintes das sinaleiras,
quando a Brigada Militar fez uma ação para investigar quem eram, realmente,
aqueles que estavam morando nas ruas, a Brigada Militar foi criticada, a
Brigada Militar é criticada nas suas ações. Mais de cinqüenta pessoas que
tinham pedido de prisão estavam nas ruas. Se nós começarmos a ser contra todos
os movimentos da Brigada Militar, nós vamos ter um Estado sem ordem. Sem ordem!
Então, eu quero, mais uma vez, parabenizar, sim, a Brigada Militar, porque eu
acho que tem de manter a ordem; porque quem não comete a desordem não tem por
que partir para o enfrentamento. As pessoas, Sr. Presidente...
(Manifestações
nas galerias.)
O
SR. NILO SANTOS: Sr.
Presidente, para concluir. As pessoas que não provocam a desordem não são, com
certeza, combatidas pela Brigada Militar. Não são combatidas! Não à anarquia!
Não à desordem, para que tenhamos um
Estado que cresça, desenvolva-se de uma forma saudável. Obrigado, Sr.
Presidente.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Obrigado, Vereador.
Solicito
aos nossos visitantes que se mantenham em silêncio enquanto houver um orador na
tribuna.
A
Verª Margarete Moraes está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A SRA. MARGARETE MORAES: Prezado Ver. Claudio Sebenelo, na
presidência dos trabalhos; senhoras e senhores; nós assistimos, estarrecidos
ainda, a crise que perpassa o Governo do Estado. É lamentável a fala do
Secretário Cézar Busatto naquela gravação; parece que o que menos vale hoje é o
mérito da sua fala, e sim o fato de o Vice-Governador ter gravado. Ele disse
que os governos se elegiam com verbas das estatais, com o dinheiro do Detran,
do Banrisul, do DAER, e considerava isso normal. Na pós-gravação, depois de
provado, com a própria voz do Secretário Busatto, ele teve uma postura
absolutamente arrogante na CPI do Detran; foi grosseiro, inclusive com setores
da imprensa, dizendo que estava se referindo apenas aos cargos em comissão,
quando sabemos que o Banrisul e o Detran têm pouquíssimos cargos em comissão. E
aquilo que diz respeito ao desconto partidário, isso é uma decisão de cada
Partido.
O que nos preocupa é que
esse Secretário era o primeiro Secretário da Prefeitura de Porto Alegre; uma
figura inteligente, poderosa, bem articulada, mas que colocou, na Prefeitura de
Porto Alegre, mais de 100 cargos em comissão. Como ele poderia ter sido contra
os CCs?
Nós achamos que devemos
votar pelo mérito, pelas visões de mundo, por aquilo que defendemos; se
concordamos, concordamos; se não concordamos, discordamos. Não podemos ser
sensíveis a lobby, a ameaças e a nenhuma chantagem. Nesta Casa, quero
lamentar que os Vereadores da situação, com exceção, agora, do Nilo
Santos, que reconheceu que havia uma crise, ficam defendendo o Governo do
Estado, ignorando a crise, como se o Estado estivesse às mil maravilhas. Quando
o Partido dos Trabalhadores teve problemas, nós reconhecemos, Ver. Luiz Braz; e
dissemos, aqui, que nós rechaçávamos tais atitudes dentro do Partido dos
Trabalhadores. Eu escrevi um texto, que saiu na jornal Zero Hora, sobre isso;
achávamos que os nossos companheiros tinham errado, e nós queríamos reconstruir
o Partido em cima daqueles velhos padrões éticos que constituíram o Partido dos
Trabalhadores. Eu acho que nós saímos vitoriosos, mas devemos ser sempre
vigilantes.
E, agora, então, essa degradação das relações
internas do Governo do Estado - não somos nós que estamos dizendo –; saiu em
todas as revistas, em todos os jornais, em todas as rádios - diretores das
estatais desrespeitando a própria Governadora! Nós lemos isso. É essa a
degradação, é isso que tem que mudar. Por isso a Governadora chamou uma
Comissão de Transição, da qual o nosso Ver. Elói Guimarães faz parte. A crise é
gravíssima, roubaram mais de 40 milhões do Estado do Rio Grande do Sul, e os
mentores do roubo são uma quadrilha que não causa desordem, porque está dentro
do Estado; uma quadrilha de diretores das estatais! Mas eles não causam nenhuma
desordem, porque eles agiram por dentro da máquina. Essa é a diferença.
Então, com tanto roubo, com tanta corrupção solta
no Estado, o Coronel Mendes, Ver. Guilherme, prefere “furar o pneu” do
veiculo do Sindicato - do Simpa -, como foi mostrado nas fotografias dos
jornais; prefere bater nos trabalhadores, torturar os trabalhadores. (Palmas.)
E quero dizer, em nome da Bancada do meu Partido, que não houve nenhuma invasão
do supermercado, nem a pretensão de invadir o mercado; havia um protesto
legítimo dentro do estacionamento. Apenas isso. Muito obrigada. (Palmas.)
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Obrigado, Verª
Margarete Moraes. Solicitamos a gentileza de os visitantes permanecerem em
silêncio, enquanto houver um Vereador na tribuna.
O Ver. Luiz Braz está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e
Sras Vereadoras, senhoras e senhores, quando a Governadora Yeda
Crusius assumiu o Governo, toda a sociedade sabia que o Governo não tinha
capacidade, ao menos, para pagar os seus funcionários em dia. Estava como
quando o Fogaça assumiu aqui o Governo, após 16 anos do Partido dos
Trabalhadores, existia um déficit orçamentário perto de 200 milhões de reais
aqui em Porto Alegre; lá, no Governo do Estado, a situação era pior. A
Governadora conseguiu fazer um trabalho para recuperar o Estado e para
deixá-lo, agora, numa condição capaz de pagar os seus funcionários e de fazer
muitos investimentos. Hoje, a Metade Sul já está, na verdade, aplaudindo
investimentos que existem para aquelas regiões, que fazem com que o Rio Grande
do Sul esteja, realmente, progredindo.
(Manifestações nas galerias.)
O SR. LUIZ BRAZ: Plantando eucalipto, exatamente,
mas com a possibilidade de fazer com que aquelas pessoas lá sobrevivam de forma
digna. Então, eu não sei por que a Liderança do Partido dos Trabalhadores não
veio a esta tribuna - e não foi a local nenhum -, para poder mostrar a sua
insatisfação quando o “mensalão” mandou aqui para o Rio Grande do Sul mais de
um milhão de reais. Esse milhão de reais veio exatamente para militantes do PT,
do Partido dos Trabalhadores. Esse dinheiro, mais de um milhão de reais, foi
gasto pelo Partido dos Trabalhadores, e o Partido dos Trabalhadores foi
condenado, aliás, alguns de seus militantes, os dirigentes, foram condenados a
pagar cinco cestas básicas, porque lesaram o País em mais de um milhão de reais.
Eu vim aqui nesta tribuna e perguntei: mas qual é o critério dessa juíza?
Porque assim todo mundo vai querer receber um milhão de reais. Se todo mundo
que rouba, que se locupleta com um milhão de reais, tem que pagar só cinco
cestas básicas, eu quero que essa juíza, então, vá julgar exatamente dessa
forma as outras causas que estão afeitas a ela. E eu não vi a Verª Margarete
Moraes vir aqui e protestar. Eu não vi também nenhum protesto quando o Banco de
Minas Gerais fez aqui alguns contratos - não muito benéficos - para o nosso
Município e para os funcionários públicos. E houve uma barganha, uma troca para
que o Banco de Minas Gerais estivesse aqui ganhando um canal de desconto, para
que ele emprestasse dinheiro com seguro para os funcionários públicos. Houve
uma troca! Qual foi essa troca? Ora, houve, na verdade, um patrocínio de uma
campanha política. E, para patrocinar essa campanha política, o Banco de Minas
Gerais, que era o banco mais envolvido no escândalo do “mensalão”, ganhou um
canal de desconto aqui na Prefeitura, na época do PT.
Então, eu acho que, para alguém cobrar coerência de
um Governo, deve também cobrar coerência de si mesmo e também do seu Governo. E
eu posso dizer o seguinte: todas as vezes que aconteceram atos como esses, eu
vim aqui e cobrei. Eu não quero que ninguém que cometa roubos contra o
Município, que lese a sociedade, possa realmente ser perdoado, ou simplesmente
que se passe a mão por cima. Eu acho que nós temos que ser justos quando
estamos realmente analisando fatos que dizem respeito à nossa sociedade. Então,
Verª Margarete Moraes, espero que V. Exª venha aqui e também se lamente daquilo
que aconteceu no passado, porque eu acho que a sociedade ficou muito mal
naquela época.
Daqui a pouquinho, Ver. Claudio Sebenelo, nós vamos
votar uma matéria, e, ao contrário do que muita gente pensa, eu não quero o mal
das pessoas que estão trabalhando hoje com as carroças e não quero o mal da
sociedade. Eu apresentei, há sete anos, um Projeto que retirava os carroceiros
das regiões centrais da Cidade, mas que não acabava com os carroceiros. Eles
eram retirados das regiões centrais da Cidade, porque nós não podemos mais
consentir que o carro e a carroça possam competir nessas regiões da Cidade.
(Manifestação nas galerias.)
O SR. LUIZ BRAZ: Eu não vou, e eu não me escondi
daquela vez – não me escondi daquela vez! - e estou aqui dizendo isso: que com
relação ao Projeto de Lei que foi aprovado e virou Lei nesta Cidade, foi
argüida a inconstitucionalidade do Projeto pelo Governo do PT, na pessoa do Dr.
Raul Pont, que argüiu a inconstitucionalidade e conseguiu derrubar a lei que
esta Casa fez aqui para esta Cidade.
Eu acredito que, a essa altura dos acontecimentos,
precisamos chegar a um acordo, a um bom acordo, para que não haja prejuízo para
os carroceiros, mas também para que a sociedade possa realmente viver uma fase
de progresso, que não é realmente essa competição que existe nos dias de hoje
entre carroças e carros.
(Não revisado pelo orador.)
(Manifestação nas galerias.)
O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Obrigado, Ver. Luiz Braz.
O Ver. Elias Vidal está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. ELIAS VIDAL: Sr.
Presidente, Ver. Sebenelo; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras;
público que nos acompanha e público que nos assiste pelo Canal 16; hoje é um
dia muito especial, pois esta Casa trata de um assunto extremamente importante
para a Cidade, e este Vereador não poderia deixar de vir à tribuna para tentar
fazer uma reflexão em relação a alguns discursos que estão sendo feitos por
alguns Vereadores. Eu não posso me calar, pois acho que é uma forma de se
tentar reivindicar um pouco mais de justiça com relação a esse assunto.
Aborrece-me ouvir as considerações feitas a respeito daquilo que se diz em
relação à corrupção no Estado, de que é a Justiça que tem que julgar e tecer o
resultado final. O que estranho é que a oposição não vem com a mesma energia
nesta tribuna para reivindicar inclusive a presença de pessoas nesta Casa por
situações, por comportamento de lideranças estaduais, federais e municipais
contra o cidadão, contra o munícipe. Só para relembrar aos Vereadores da
oposição: quando a Telemar ofereceu e doou cinco milhões para o Lulinha, o
filho do Presidente - que ganhava mil e oitocentos reais, se não me engano, era
um professor -, eu não vi ninguém da Bancada da oposição vir a esta tribuna
falar mal dessa situação. O que me choca são pesos e medidas diferentes, e isso
não é bom, porque não é justo; se não é bom para ele, não pode ser para mim,
tem que ter pesos iguais. Como é que eu venho aqui falar da Governadora? E por
que não chamaram aqui o filho do Presidente da República, que saiu de mil e
oitocentos reais e ganhou da Telemar, numa sociedade lá com Jorge Bittar – na
realidade foi com o Bittarzinho, o filho dele -, numa transação, cinco milhões,
senhores?! Então um Partido que está envolvido em situações como essas e outras
tantas, um Partido que recentemente fez a venda de uma Varig por 24 milhões e
depois vendeu por mais de 300 milhões não pode vir aqui falar de justiça, não
tem respeito para isso, não tem cacife para isso.
Então este Vereador vem a esta tribuna para pedir
que haja mais coerência no discurso. Alguém falou aqui, por exemplo, no caso
que houve com Darci Campani, no DMLU, em que ele foi condenado, na questão do
lixo, em mais de um milhão e 200 mil reais? Alguém falou no ex-Prefeito Verle,
que foi condenado, cujas contas não foram aceitas? Vieram a esta tribuna fazer
um discurso a favor ou contra? Não! Ficaram quietinhos! É muito fácil,
senhores, dar sermão de ceroulas; estão apostando que o cidadão de Porto Alegre
tem a memória curta, que não vê televisão, que não está vendo nada sobre Dilma
Rousseff, que usou a sua influência. Isso é imoral, isso é ilegal, influenciar
uma transação é ilegal. E algum dos senhores veio a esta tribuna falar sobre
isso? Eu não estou escusando nenhuma atitude que porventura não seja honesta,
aqui dentro do Estado, que compete à Justiça, mas o que compete a nós é
fazermos um discurso por igual. Use a mesma energia para falar mal de quem você
acha que é, mas fale dos seus também.
Então, senhores, usem esta tribuna, este microfone
com mais responsabilidade. Vamos convidar o ex-Prefeito para vir aqui se
explicar; o Campani para vir aqui para se explicar; o filho do Lula, o Lulinha,
para vir aqui; a Dilma Rousseff também para vir aqui para se explicar. Então,
vamos usar de coerência e respeito ao cidadão que merece justiça na fala de
quem vem aqui. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. MARIA CELESTE (Requerimento): Sr. Presidente,
gostaria de fazer um Requerimento no sentido de obter as notas taquigráficas do
pronunciamento do Ver. Elias Vidal, uma vez que o Ver. Campani foi absolvido em
instância maior. Obrigada.
O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Deferido,
Vereadora.
A Verª Maristela Maffei está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
A SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, senhoras e senhores,
movimentos sociais, ONGs que estão nesta tarde acompanhando esta Sessão; eu
queria falar sobre um tema que considero por demais relevante, já que hoje, 12
de junho, é o Dia Mundial contra o Trabalho Infantil. Um tema que é abordado em
nível internacional é a Educação; resposta certa quanto ao trabalho infantil.
Quero retornar da questão mundial, líder
comunitário Sr. Ivo, para o nosso Estado, onde o Governo Yeda/Feijó – e aqui
quero discordar da Bancada do PT, o problema não é só a Yeda, o problema é
Yeda/Feijó, eleitos para administrar este Estado - em vez da solução para a
questão da exploração do trabalho infantil fazem a enturmação. Afinal de contas
empobrecido tem que juntar mesmo. Afinal de contas o olhar da Governadora
Yeda/Feijó é no sentido de juntar o povo, e bom que se vire. Estão acostumados
a fazer remantinho, estão
acostumados a criar os seus filhos, são obrigados, como dizia uma mãe: “Onde
mesmo vocês querem que eu deixe o meu filho, se eu não o levar em cima da
carroça?” Eles não têm creche, não têm alimentação, vocês sabem por quê? Como é
fácil nós virmos para cá e fazermos uma falsa dicotomia, como se fôssemos
brigar entre um setor e outro. Quando nós analisamos mais profundamente - acho
que é isso que eles não querem – por exemplo, o que aconteceu ontem, Verª
Margarete Moraes, eles não querem dizer que 10% dos proprietários de terra
neste País têm posses, que são grileiros, porque foi assim que este País foi
ocupado, de 50% das terras do nosso País. Saibam as senhoras e senhores que 80%
da alimentação que é colocada na mesa do povo deste País é produzida pela
agricultura familiar e pelo pequeno e médio agricultor. E se aqui nós temos
fruto de espolia, se aqui nós temos fruto do empobrecimento, é em conseqüência
de causas profundas que muitos não querem encarar! Vamos pegar este Município,
por exemplo, os órfãos de um Prefeito irresponsável, que não tem a capacidade
de ter uma política pública! Ao contrário, privatizou o lixo, porque isso dá
lucro! Não estabeleceu uma política de um local para amparar os nossos pobres
cavalos ou qualquer outro bicho! Aqui no Município de Porto Alegre nós ainda
temos rinha-de-galo! O Ver. Adeli Sell é autor de um Projeto nesse sentido, o
qual foi desarquivado por esta Vereadora, e hoje, novamente, tramita o seu
Projeto. Até hoje, não foi feito nenhum movimento, eu não vi nenhum movimento,
de nenhum lugar, para acabar com a rinha-de-galo. Eu não vi nenhum movimento
para barrar, na frente da Prefeitura, ou tramitar nesta Casa, por exemplo, um
Projeto desta Vereadora pelo fim da sacola plástica. “Esse Projeto tem vício de
origem.” Por que será?
Então, nós não podemos ter uma cidade parcelada,
uma cidade onde nós falamos da terra, nós damos a casa, mas não damos a cidade!
Porque quando nós damos, entre aspas, a casa, nós não estamos incluindo, porque
não tem os mecanismos para soluções ou para, de fato, parar com essa história
de nós termos meio cidadão, meia cidadã. Então, quando nós fazemos uma
discussão e vemos o que aconteceu ontem com uma Brigada truculenta - orientada
para ser truculenta - contra aqueles que têm projeto... Porque se fosse apenas
dar terra, não seria problema. O medo do centro do Governo e da burguesia deste
Estado é porque o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, bem como os
movimentos sociais têm projeto de Estado para esta sociedade. E aí, me
desculpem, mas quando nós discutimos apenas uma parte do problema, como se aqui
estivessem pessoas que não param o carro e não denunciam quando vêem um animal
caído ou machucado, é mentira, é inverdade, porque eu sempre fiz isso na minha
vida. Quando eu via uma criança, quando eu via um animal, também chorei e
ajudei a resolver o problema. E tenho certeza de que enquanto nós tivermos um
Município órfão, que simplesmente agora faz um convênio com a Universidade
Federal do Rio Grande do Sul, às vésperas de uma reeleição, não estará preocupado
com os nossos pobres dos nossos animais. E o nosso povo ainda não está
incluído, as creches, a questão do Fundeb que não colocaram em prática. Vamos
parar com isso! Comissão Especial para trazer até este momento esse Projeto,
que não deu nem uma nova alternativa, por que não votaram lá esse projeto?
Então, eu quero lamentar esse tipo de atitude, num período pré-eleitoral, que,
infelizmente, não vai resolver os problemas dos nossos animais, e muito menos
dessa população que foi empobrecida pelo poder desta Cidade, pela burguesia
deste Estado e deste País, e que não consegue compreender que, muitas vezes,
nós temos que ter posições que parecem uma dicotomia. Mas, graças a Deus, eu
tenho lado, e eu sei, exatamente, como eu devo votar sem estar me preocupando
com a questão do resultado eleitoral. Muito obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Obrigado, Verª
Maristela Maffei.
O Ver. José Ismael Heinen está com a palavra em
Comunicação de Líder.
O que eu quero trazer aqui é que ontem a Câmara
Federal aprovou a volta da CPMF; CPMF essa que vem agravar, como sempre
agravou, o bolso de todos e, principalmente, daqueles que recebem menos. É
lamentável! E vem o Presidente da República discursar, dizendo que a
sensibilidade dos Senadores tem que ser conquistada. Sensibilidade deveríamos
ter visto de parte do Presidente da República, que, durante cinco anos, usou os
recursos da CPMF sem investir na Saúde. É a sensibilidade dele que está
faltando! Depois, ele faz outra ironia também, dizendo que ele não viu nenhum
produto baixar 0,38%. Nem o Presidente sabe o quanto a CPMF implica no preço
final de um produto, no preço do arroz, do feijão, ou seja lá do que for! Claro
que ele não pôde ver a mercadoria baixar 0,38%, porque estamos numa escalada
inflacionária nunca vista no Plano Real, com o IGPM chegando a 2% no mês de
maio. Mas para que essa sanha de só buscar imposto, imposto, imposto e mais
imposto para o Governo Federal, se os Municípios não têm dinheiro sequer para
atender às mais justas reclamações daqueles que mais precisam? Todos os Estados
e Municípios estão numa penúria, inclusive o Rio Grande do Sul, e apenas o
Poder central busca recursos através dos acertos da Governança em Brasília.
Eu sei por que é que ele precisa cada vez mais
desses impostos! Ontem também pude observar o problema da Varig, empresa
gaúcha, para a qual usaram uma lei do Congresso Nacional para salvar. A lei era
para salvar a Varig, mas a usaram para despedaçá-la e destruí-la, fazendo com
que a União tivesse 7 bilhões de reais de prejuízo. Fizeram uma montagem de
empresários-laranja com o mercado internacional, e venderam a Varig para o
capital internacional. Isso tudo com uma pressão comprovada da Ministra-Chefe
da Casa Civil Dilma Roussef. Vejam os senhores: venderam a Varig por 24 milhões; e depois a Gol comprou por 300
milhões de reais - tudo isso intermediado pelo escritório de advocacia do S.
Teixeira, compadre do Lula. Trezentos milhões escamotearam do contribuinte
brasileiro! Aí, querem mais imposto, mais imposto, arrecadando mais. Somos o
País que mais arrecada imposto no mundo e não temos um tratamento digno na
Saúde, na Educação e não temos uma Segurança competente. Então, essa situação
que o nosso País vive é dramática: o imposto agrava cada vez mais a situação
daquele que menos recebe, inclusive o desempregado é o que mais paga CPMF,
porque, proporcionalmente, o percentual é muito grande. E essa inflação que já
está passando dos 12% também tira o benefício daquele que ganha menos,
justamente na alimentação, o arroz, o feijão, o pãozinho francês, a carne está
subindo mais - o assalariado é quem mais paga o ônus dessa inflação.
Então, temos coisas muito importantes, temos de
estar de sobreaviso. Há uma esperança: que o Senado Federal não se venda às
benesses do Poder Público, que na última hora liberou verbas e mais verbas para
seus Deputados e, pasmem os senhores, conseguiu aprovação da nova CPMF por uma
diferença de apenas dois votos. O nosso Partido, Democratas, através dos
Deputados Federais Germano Bonow e Onyx Lorenzoni, votou contra a CPMF, como
também os Deputados do PSDB, a Deputada Luciana Genro também votou contra.
Votaram a favor do imposto federal, duas candidatas à Prefeitura de Porto
Alegre e dois Deputados do PP, posso até nominá-los aqui: Maria do Rosário e
Manuela d’Ávila, infelizmente ajudaram o Governo Federal a assaltar o bolso do
contribuinte, do trabalhador brasileiro. Os Deputados Afonso Hamm, Luis Carlos
Heinze e Renato Molling votaram Não. Então, oito Deputados Federais votaram
contra a maioria absoluta dos partidários do PMDB, do PDT e do PT. Nada contra
as siglas, mas, numa posição altiva e altaneira, nós temos que recuperar o bolso
do trabalhador, o bolso do empreendedor, e não massacrá-los cada vez mais com
impostos e mais impostos para serem usados da maneira como estão sendo usados
hoje, para a roubalheira, para a corrupção que está em todos órgãos públicos
financiadores de campanhas dos privilegiados políticos deste País. Muito
obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Obrigado, Ver.
José Ismael Heinen.
O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para
uma Comunicação de Líder pela oposição.
O SR. CARLOS COMASSETTO: Sr. Presidente
Ver. Claudio Sebenelo, colegas Vereadores e Vereadoras, senhoras e senhores, em
nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores, diante das exposições trazidas a
esta tribuna, principalmente pelo Ver. Elias Vidal, do PPS, e pelo Ver. José
Ismael Heinen, do DEM, nossa Bancada tem o seguinte a dizer: diante das
declarações do Chefe da Casa Civil, Cézar Busatto, nas gravações apresentadas
pela imprensa no dia 6 de junho de 2008, fazendo referência a que na Prefeitura
de Porto Alegre - tendo sido o Prefeito José Fogaça eleito por um Partido
pequeno - foi preciso fazer concessões, loteamentos de cargos para obter a
maioria no Parlamento, nós, da Bancada do Partido dos Trabalhadores, e o
Encontro Municipal, diante disso, afirma que, até o início de 2008, o
Secretário Cézar Busatto era o principal articulador político do Prefeito
Fogaça. Se nessa condição procedeu ao loteamento de cargos e Secretarias, entre
os 12 Partidos da base aliada que concedem ao Governo Fogaça a maioria absoluta
nesta Casa, de dois terços, o ex-Secretário deve explicações ao povo de Porto
Alegre e a esta Casa. Trata-se, portanto, de uma confissão pública do
interlocutor político do Governo Fogaça de que houve concessões para a
constituição dessa maioria. Fatos gravíssimos anunciados na imprensa, pelo
Ministério Público e pela Bancada do Partido dos Trabalhadores, e que chegaram
a provocar mudanças do Secretariado do Governo Estadual, são indicadores de que
essas concessões resultaram em malversação de recursos públicos também em Porto
Alegre. Vejamos: o Programa ProJovem, que tinha um financiamento de 11 milhões
- momento em que caiu o então Secretário Mauro Zacher. A megalicitação do DMLU,
que foi anulada judicialmente - licitação essa de 420 milhões, que ficou
comprovado, naquele momento, que 240 milhões estavam sendo superfaturados, o
que fez cair o ex-Secretário Garipô. Também foi anulada a licitação para a
terceirização do cadastro do ISSQN, processo esse coordenado pelos Secretários
Busatto, Cristiano Tatsch e Clóvis Magalhães,
em conluio com o Sr. Chico Fraga, lá de Canoas - edital esse de 25 milhões, que
foi anulado. Também o Edital da anulação para terceirização da iluminação
pública: processo esse do Reluz, de 32 milhões e mais 32 milhões para a manutenção
da iluminação pública - iluminação pública essa que faz com que Porto Alegre
encontre-se às escuras -, coordenado naquele momento pelo ex-Secretário
Maurício Dziedricki, que está também nesta Casa. Também a interrupção nas obras
do camelódromo, várias vezes. A suspensão temporária do contrato do Instituto
Sollus pelo Tribunal de Contas, para a manutenção do Programa de Saúde da
Família; e, na Saúde, o Município ainda perdeu 9,5 milhões do QualiSUS por não
ter projeto. E os 40 milhões que a Governadora deve ao Município de Porto
Alegre, por não repassar o dinheiro a esta Casa, Ver. Luiz Braz - que é do
mesmo Partido da Governadora -? Temos ainda o fato de 44 milhões terem sido
roubados do Detran. Também afirma o Secretário Busatto que os CCs são fonte de
financiamento, e que essa prática, segundo ele, feita no Estado, teve também
incremento no Governo Fogaça, pois na Administração Centralizada foi ampliado o
número para mais de 100 CCs e estagiários, bem como a duplicação de CCs e
estagiários na PROCEMPA, e ainda a criação de supersalários pela cumulatividade
de salários de cedidos à Prefeitura. Essa prática da qual se diz contrário,
entretanto, foi realizada e operacionalizada pelo ex-Chefe da Casa Civil, da
Governadora Yeda, que foi o coordenador político do Governo Fogaça. Diante
disso, o PT, que governou Porto Alegre por 16 anos, com minoria nesta Câmara, é
testemunha de que a maioria legitima é construída através da democratização da
gestão, com protagonismo popular.
Portanto, nós, do Partido dos Trabalhadores,
através da nossa Bancada, exigimos explicações do Governo Fogaça quanto às
afirmações do seu ex-Secretário.
Também queremos a resposta, da presidência desta
Casa, do documento que protocolamos exigindo que o ex-Secretário Busatto venha
a esta Casa prestar contas à cidade de Porto Alegre. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): O Ver. João
Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr.
Presidente, Ver. Claudio Sebenelo; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras,
eu acho estranho o Partido dos Trabalhadores se posicionar da forma que o faz.
Nós todos sabemos que, até 30%, os detentores de cargos eletivos pagam para o
Partido. Nós sabemos também que o número de servidores em Cargos de Comissão,
na Prefeitura, aumentou no Governo dos 16 anos. Nós sabemos também
que o número de estagiários multiplicou-se várias vezes na Administração deles.
Nós sabemos que o estágio, que antes era por um ano, passou para dois anos. Nós
sabemos tantas coisas sobre participação dessa gente toda nas finanças do
Partido dos Trabalhadores, que é brincadeira!
Por outro lado, eu fico preocupado com o que
acontece nesta Casa: os mesmos, que, durante vários anos, não se manifestaram,
não se preocuparam com as carroças agora querem adiar a votação; querem adiar a
votação porque vão estudar. Pelo amor de Deus! Em 2005 o Projeto estava aqui,
houve Substitutivo, houve Emendas, e eles não estudaram, mas, agora, porque tem
muita gente boa aqui, estão querendo usar essa gente boa para fazer o
adiamento. Eu acho que nós temos que buscar uma solução, eu acho que nós temos
que encontrar uma solução, mas não é fazendo como querem fazer aqui, agora. Eu
acho que há um equívoco muito grande. Precisa ser solucionado o problema, disso
eu tenho certeza. Eu tenho reclamado da carroça na contramão! Eu vi isso, não
me disseram; eu vi isso, não me disseram, cansei de ver. Eu tenho reclamado de
uma série de coisas. Agora, acho que precisa de uma solução. Talvez vários
terrenos distribuídos na Cidade para coletar todo esse lixo e ser selecionado.
Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
O Ver. Professor Garcia está com a palavra para uma
Comunicação de Líder pelo Governo.
Vossa Excelência falou no
Centro Popular de Compras, que parou numa época. Sim, parou porque a SMAM
entendeu... E vejam só a autonomia da
Secretaria, que não ficou a cabresto. No Governo Federal, a Ministra Marina se
sentiu ameaçada e largou o Ministério do Meio Ambiente porque o clima não era
favorável. Essas posturas é que são a diferença da forma de agir, da forma de
governar, ou seja, a questão da democracia ampla, de forma irrestrita, e, sim,
articulando: àqueles Partidos que figuraram no primeiro momento, um peso; quem,
no segundo turno, veio fazer parte da política de aliança também foi
contemplado, faz parte do Governo, faz parte do Comitê Gestor, coloca as suas
influências e também dá a sua cara dentro do Partido. Porque o Governo não é de
um: o Governo é de vários! E eu volto a dizer aquilo que sempre falamos: a
Prefeitura é uma parte da população; na Câmara Municipal, a totalidade dos
Vereadores representa os 100% dos votos, porque o voto de cada cidadão de Porto
Alegre cai aqui na totalidade. Na Prefeitura não, porque o Prefeito é eleito
pela maioria, por um segmento de 50% ou mais dos eleitores. Muito obrigado, Sr.
Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Muito
obrigado, Ver. Professor Garcia.
Havendo quórum, passamos à
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 0976/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 043/05, de autoria do
Ver. Sebastião Melo, que dispõe sobre o Programa de Redução Gradativa do Número
de Veículos de Tração Animal, a ser elaborado por grupo de trabalho composto
por órgãos do Município e ONGs ligadas a trabalhadores de VTAs e dá outras
providências. Com Substitutivos nºs 01 e 03 (Ver. S. Melo). Com Emendas nº 01 aos
Substitutivos nos 01 e 03. Com Substitutivo nº 02 (Vereadores L.
Braz, J. A. Dib e S. Cavedon).
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Nereu D’Avila: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Substitutivo nº 01; Relator Ver. Márcio Bins Ely: pela
inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação da Emenda nº 01 ao
Substitutivo nº 01; Relator Ver. João Carlos Nedel: pela existência de óbice de
natureza jurídica para tramitação do Substitutivo nº 02 e da Emenda nº 01 ao
Substitutivo nº 02 e pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Substitutivo nº 03 e da Emenda nº 01 ao Substitutivo nº 03;
- da CEFOR.
Relatora Verª Maristela Meneghetti: pela rejeição do Substitutivo nº 01 e da
Emenda nº 01 ao Substitutivo nº 01;
- da CUTHAB.
Relator Ver. Elias Vidal: pela aprovação do Substitutivo nº 01; Relator Ver.
José Ismael Heinen: pela aprovação da Emenda nº 01 ao Substitutivo nº 01;
- da CEDECONDH.
Relator Ver. Bernardino Vendruscolo: pela aprovação do Substitutivo nº 01 e da
Emenda nº 01 ao Substitutivo nº 01;
- da COSMAM.
Relator Ver. Claudio Sebenelo: pela aprovação do Substitutivo nº 01 e da Emenda
nº 01 ao Substitutivo nº 01.
Observações:
- prejudicada a votação
do Projeto, das Emendas nos 01 e 02 ao Projeto e da Emenda nº 01 ao
Substitutivo nº 02, nos termos do art. 56 do Regimento da CMPA;
- incluído na Ordem do
Dia em 04-06-08, por força do art. 81 da LOM.
O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Em discussão o
PLL nº 043/05 e Substitutivos. (Pausa.)
Apregôo a Emenda nº 02 ao Substitutivo nº 03 do PLL
nº 043/05, que institui, no Município de Porto Alegre, o Programa de Redução
Gradativa do Número de Veículos de Tração Animal e dá outras providências, de
autoria do Ver. Professor Garcia: 1º -Acrescenta o art. 5º ao Substitutivo n°
03, renumerando os demais, com a seguinte redação: “A aplicação desta Lei fica
condicionada à existência de formas alternativas de geração de renda e
sobrevivência econômica dos condutores de VTAs”. Com Justificativa da tribuna.
Requerimento, de
autoria do Ver. Professor Garcia, solicitando dispensa do envio da Emenda n° 02
ao Substitutivo n° 03 do PLL n° 043/05 à apreciação das Comissões. Em votação.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Apregôo a Emenda n° 03 ao Substitutivo n° 03 do PLL n° 043/05, de autoria
do Ver. Beto Moesch, apresentada pela Liderança do Partido Progressista:
Art.1º: Fica alterado o art. 3°, caput, passando a ter a seguinte
redação: “Fica estabelecido o prazo de 06 (seis) anos, para que seja proibida
em definitivo a circulação de VTAs no trânsito do Município de Porto Alegre”.
Apregôo a Emenda n° 04 ao
Substitutivo n° 03 do PLL n° 043/05, que altera a redação da alínea b
, do inciso II, do parágrafo 1º, e acrescenta inciso V ao parágrafo 2º,
ambos do art. 3º do Substitutivo nº 3 do PLL nº 043/05, de autoria do Ver. Beto
Moesch, apresentada pela Liderança do PP.
Em votação
Requerimento, de autoria do Ver. João Antonio Dib, que solicita dispensa do
envio das Emendas n°s 03 e 04, ao Substitutivo n° 03 do PLL n°
043/05, à apreciação das Comissões. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Apregôo a Emenda de Liderança n° 05 ao Substitutivo
n° 03 do PLL n° 043/05: Art. 1º - Acrescenta-se o artigo, onde couber, ao
Substitutivo n° 03, com a seguinte redação: “Art. ... Conforme parágrafo 1º do
art. 25, art. 32 e parágrafo 3º do art. 70, todos da Lei nº 9,605/98 (Lei de
Crimes Ambientais) combinado com o art. 11 do Código Municipal de Limpeza
Urbana: as autoridades competentes municipais responderão solidariamente se não
tomarem as medidas legais e cabíveis, ao tomar conhecimento do descumprimento
do disposto nesta Lei”.
Em votação
Requerimento de autoria do Ver. Dr. Goulart, que solicita dispensa do envio da
Emenda n° 05, ao Substitutivo n° 03 do PLL n° 043/05, à apreciação das
Comissões. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados.
(Pausa.) APROVADO.
Apregôo a Emenda de Liderança n° 06 ao Substitutivo
n° 03 do PLL n° 043/05: Art.1º - O Poder Público poderá firmar convênio com
instituições públicas e privadas visando à implementação dos preceitos desta
Lei. Art. 2º - Esta Emenda poderá ser introduzida onde melhor aprouver ao
Projeto de Lei nº 043/05. Assinada pelo Ver. Beto Moesch e pelo Ver. José
Ismael Heinen, Líder do DEM.
Requerimento de autoria do Ver. José Ismael Heinen,
que solicita dispensa da Emenda nº 06, ao Substitutivo nº 03 do PLL nº 043/05,
à apreciação das Comissões. (Pausa.) Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores
que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Apregôo a Emenda nº 02 ao Substitutivo nº 02 do PLL
nº 043/05, de autoria da Verª Margarete Moraes, que dá nova redação ao art. 5,
conforme segue: “Fica estabelecido o prazo de 08 (oito anos) para que seja proibida,
em definitivo, a circulação de VTAs no trânsito do Município de Porto Alegre”.
Requerimento de autoria da Verª Margarete Moraes,
que solicita a dispensa da Emenda nº 02, ao Substitutivo nº 02 do PLL nº
043/05, à apreciação das Comissões. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que
o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Há um outro Requerimento...
A SRA. MARGARETE MORAES (Requerimento): O
Requerimento, o Ver. Comassetto fará logo a seguir. Eu queria pedir à Mesa, ao
Presidente Claudio Sebenelo, que providenciasse cópia de todas as Emendas para
todos os Vereadores, porque foram muitas Emendas, inclusive a nossa, de última
hora, e a gente gostaria de ter uma noção de todas. Obrigada, Ver. Claudio
Sebenelo.
O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Defiro de
pronto.
A SRA. MARGARETE MORAES: Quanto ao
Requerimento, o Vice-Líder da Bancada vai apresentá-lo, em nome, inclusive, dos
demais Partidos.
O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): A Diretoria
vai providenciar.
Em votação o Requerimento de autoria do Ver.
Sebastião Melo, solicitando a retirada de tramitação do Substitutivo nº 01 do
PLL nº 043/05. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados.
(Pausa.) APROVADO.
O SR. CARLOS COMASSETTO (Requerimento): Sr.
Presidente, pelo Projeto que entrou na Ordem do Dia, pela sua complexidade e
pelo conjunto de sugestões dos diversos Partidos, ainda é um tema em
construção, e a Bancada do PT, do PCdoB, do PTB, do PDT, e do PSDB, solicitam o
adiamento, por cinco Sessões, da discussão do PLL nº 043/05.
O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Em votação o
Requerimento de autoria do Ver. Carlos Comassetto e outros, solicitando o
adiamento da discussão do PLL nº 043/05 por cinco Sessões. (Pausa.) O Ver.
Sebastião Melo está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento
apresentado pelo Ver. Carlos Comassetto e outros.
(Tumulto nas galerias.)
O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Estão
suspensos os trabalhos.
(Suspendem-se os trabalhos às 16h12min.)
O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo – às 16h13min): Estão
reabertos os trabalhos da presente Sessão.
O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento apresentado pelo Ver. Carlos Comassetto e
outros.
(Tumulto nas galerias.)
O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Suspendo os
trabalhos para que haja ordem.
Estão suspensos os trabalhos da presente Sessão.
(Suspendem-se os trabalhos às 16h14min.)
O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo – às 16h15min): Estão
reabertos os trabalhos da presente Sessão.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, primeiro, acho que o
Requerimento é regimental e legítimo, e é faculdade de Vereador, ou Vereadores,
e é praxe desta Casa requerer adiamento de votações e de discussões.
Eu venho sustentar o contrário, pelas seguintes
razões: eu não vou entrar no mérito da matéria, neste momento; apenas quero
relatar o processo. Estou Vereador de segundo mandato, e, desde 2001, temos
trabalho esse tema; inclusive, presidi a Comissão de Saúde e Meio Ambiente,
quando lá já havia um fórum anterior à nossa Presidência, e essa matéria já foi
muito discutida nesta Casa, especialmente na Comissão de Saúde.
No final de 2004, Sr. Presidente, depois dessa
discussão e do insucesso de um diálogo com o Executivo, construímos um Projeto
de Lei, protocolado nesta Casa em
fevereiro de 2005; portanto, há mais de 3 anos.
Quando esse Processo veio, recebeu colaborações,
fizemos Substitutivos, e quando o Dr. Goulart presidia a Casa, no dia 23 de
outubro de 2006, o Dr. Goulart pediu uma Comissão Especial, protocolou um
Requerimento, que foi votado no dia 22 de outubro de 2007; portanto, um ano
depois.
Foi constituído, e, naquela época, eu vim à
tribuna, e disse que, em respeito à sociedade, aos Vereadores que constituem
esta Comissão, eu não levaria este Projeto à votação enquanto não concluísse os
trabalhos da Comissão Especial, que tem Presidente, foi presidida pelo Ver.
Adeli, que teve como Vice-Presidente V. Exª, e teve como Relator o Dr. Goulart.
Essa Comissão foi constituída, teve prazo, finalizou, e o seu relatório até
hoje não foi entregue, há mais de 60 dias.
Então, eu estou falando aqui em preliminar, de que
todos nesta Casa, Lideranças, porque esse assunto transitou por uma, por duas,
por três, por quatro vezes em reunião de Bancada. Eu também quero deixar aqui
que eu respeito a lógica do Plenário, mas eu quero dizer que, quando eu
coloquei este assunto há dois meses, eu não recebi nenhum apelo para dizer que
a matéria não estava madura. Sou obrigado a dizer isto como profunda verdade.
Agora, eu respeito a lógica do Plenário, este
Projeto não foi colocado de cima para baixo, ele foi fruto de uma construção coletiva. Ele foi fruto de uma
construção de Lideranças, e estava o Líder do Governo, e estavam lá os Líderes
de Bancada.
O que eu acho é o seguinte: eu quero aqui afirmar
que acho que esta matéria está mais do que madura para ser enfrentada. Eu
respeito profundamente aqueles que divergem do ponto de vista...
(Tumulto nas galerias.)
O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, eu quero concluir o meu raciocínio. Quero que V. Exª assegure o meu tempo.
O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Pois não,
está assegurado o seu tempo. Enquanto não houver silêncio, cada vez que vocês
interromperam, nós vamos interromper a Sessão. Não insistam, por favor,
permaneçam em silêncio enquanto houver um orador na tribuna. Respeitem o
orador.
(Tumulto nas galerias.)
O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Está suspensa a Sessão.
(Suspendem-se os trabalhos às 16h18min.)
O SR. PRESIDENTE
(Claudio Sebenelo – às 16h19min): Estão reabertos os trabalhos. Senhores visitantes, eu peço a
gentileza e a delicadeza de que, enquanto houver uma pessoa na tribuna,
permaneçam em silêncio, já que temos, aqui na Casa, um Regulamento, e a Sessão
tem que prosseguir em ordem, não dá para falar todo mundo ao mesmo tempo. Há um
orador na tribuna, e tem de ser respeitado.
Com a palavra o Ver. Sebastião Melo.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr.
Presidente, resta-nos pouco tempo, mas o Alckmin, que foi Ministro nos Governos
da República, dizia que na política o que vale é a versão dos fatos, e não os
fatos. O nosso Projeto, primeiro, é a favor dos carroceiros, porque ele dá oito
anos para se construírem as alternativas; ele é um Projeto, Sr. Presidente...
(Manifestações nas galerias.)
A SRA. MARIA CELESTE: Sr.
Presidente, Ver. Carlos Sebenelo; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores,
encaminho, pela Bancada do Partido dos Trabalhadores, solicitando o adiamento
da discussão deste Projeto. No nosso entendimento é um Projeto, sim, extremamente
polêmico. Quero também aqui resgatar a história deste Projeto. Este Projeto foi
protocolado nesta Casa; houve uma Comissão Especial que, ao produzir o
relatório, não houve um consenso nessa Comissão Especial. Então, foi feito um
outro relatório. E, pasmem: o Governo, que é o agente responsável por essa
matéria na cidade de Porto Alegre, não foi ouvido nessa Comissão! E, por que o
Governo não foi ouvido nesta Comissão? Porque não compareceu às reuniões! Isso
está escrito no relatório, o Governo foi convidado para estar nas reuniões da
Comissão Especial e discutir esse tema, porque é o gestor que é responsável por
esta matéria, é o gestor que tem que implementar um programa que dê conta do
trabalho e da geração de renda para os trabalhadores; que dê conta dessa
relação de maus-tratos aos animais, que dê conta de que as pessoas não podem
ficar desassistidas na cidade de Porto Alegre, simplesmente porque se
implementa um Projeto aqui na Câmara Municipal extinguindo toda esta questão.
Nós não concordamos com esse tipo de conduta aqui na Câmara Municipal, quando,
um Projeto tão polêmico, que sequer consegue consenso na Comissão Especial,
possa ser votado de forma açodada, como está sendo proposto no dia de hoje.
Mais do que isso: um Projeto que tem profundas
questões jurídicas que devem ser levadas em conta. A primeira delas é que este
Projeto tem que ser um Projeto de ordem do Executivo. Não há como ter uma
iniciativa de proibir o trânsito de veículos com tração animal pelo
Legislativo. Isso é do ordenamento jurídico da responsabilidade do Executivo.
Não há como, por exemplo, também, neste Projeto, vincular o Batalhão Ambiental
da Brigada Militar numa discussão de proposta de programa, porque é um órgão do
Governo do Estado e não é da Prefeitura. Não dá para esquecer que Curitiba teve
uma iniciativa legislativa parecida e que resultou pífia, pois não teve os
cuidados necessários para a implementação da política. E é isto que nós
queremos, é isto que a Bancada do Partido dos Trabalhadores quer, mais tempo para
discutir; mais tempo, inclusive, para que o Governo se manifeste. O Executivo
Municipal tem que apresentar um programa, tem que apresentar uma proposta, tem
que apresentar um plano de investimento que dê conta da qualificação de renda,
que dê conta da qualificação profissional desses trabalhadores e trabalhadoras
e, também, que dê conta dos maus-tratos aos animais da nossa Cidade. É isto que
nós queremos. Nós queremos um programa que, de fato, contemple, porque nós
estamos, sim, preocupados com a questão dos animais da nossa Cidade, dos
maus-tratos como um todo, mas estamos muito preocupados, sim, com a condição
dos trabalhadores, das trabalhadoras, com os seres humanos da nossa Cidade.
(Manifestações nas galerias.)
O SR. PRESIDENTE (Claudio
Sebenelo): Solicito silêncio, pois há uma Vereadora na
tribuna. Estão suspensos os trabalhos.
(Suspendem-se
os trabalhos às 16h28min.)
O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo – às 16h29min): Estão reabertos os trabalhos. Solicito que se mantenham em silencio,
pelo menos permitindo que o orador que está na tribuna seja ouvido pelos
Vereadores. Enquanto não houver silêncio, vai ser muito difícil concluirmos
este trabalho. Vamos com calma, e vamos ter a delicadeza de ouvir a Vereadora
que está na tribuna. Verª Maria Celeste, V. Exª continua com a palavra.
A SRA. MARIA CELESTE: Obrigada, Sr.
Presidente. Quero reiterar que nós queremos, na nossa Cidade, o melhor para os
animais, mas queremos também o melhor para as pessoas da nossa Cidade. E este
Projeto traz uma profunda repercussão na vida das pessoas. Nós não podemos
tomar decisões de forma açodada, como está nos parecendo neste momento, porque
envolve especialmente a vida dos seres humanos, a vida das pessoas, dos
trabalhadores e trabalhadoras da nossa Cidade que vêm contribuindo, e muito,
com o trabalho sério que é catação dos resíduos sólidos na cidade de Porto
Alegre. São esses trabalhadores e trabalhadoras que estão aqui conosco, e
muitos outros que recolhem o nosso lixo, que trabalham com o lixo da Cidade, e
que assim constroem a sua vida e constroem a vida das suas famílias. São mais
de oito mil pessoas na cidade de Porto Alegre!
(Manifestações nas galerias.)
A SRA. MARIA CELESTE: Mais de oito
mil trabalhadores e trabalhadoras. E esse tipo de trabalho repercute, envolve
cerca de 30 mil pessoas na cidade de Porto Alegre. É disso que nós estamos
falando neste momento. O que nós queremos é mais tempo para que o Executivo, o
Prefeito Municipal, apresente uma proposta, um programa de geração de renda, de
incentivo a esse trabalho, para que finalmente se possam retirar as carroças da
circulação do trânsito da Cidade. O problema do trânsito não são as carroças, o
problema do trânsito é a má mobilidade urbana da Cidade. (Palmas.) Não existe
projeto, não existe programa! O Secretário da EPTC não consegue trabalhar a
questão da mobilidade urbana no Município de Porto Alegre.
Para finalizar, eu quero dizer que Porto Alegre já
tem Lei que trata dessas questões. O que não há é a fiscalização adequada e
necessária que o Executivo tem que fazer. Portanto, estamos pedindo, sim, o
adiamento por cinco Sessões, para que possamos pedir, junto ao Prefeito
Municipal, que ele nos apresente um programa, um projeto que dê conta dessa
questão na cidade de Porto Alegre. Muito obrigada. (Manifestação nas galerias.)
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): O Ver. Beto
Moesch está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento de autoria
do Ver. Carlos Comassetto e outros.
O SR. BETO MOESCH: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, sociedade
porto-alegrense aqui presente, embora aqui dividida, saudamos ambos os
segmentos. Eu falo pelo Partido Progressista, e o Ver. João Antonio Dib, como
ex-Prefeito, como Vereador, sabe que há muitos e muitos anos, há décadas – Verª
Maria Celeste e Ver. Carlos Comassetto, que propõem o adiamento – este tema vem
sendo debatido em Porto Alegre. Não são anos; são décadas de discussões diárias
na cidade de Porto Alegre!
Só para dar um exemplo, Sr. Presidente, há o
Projeto de Lei nº 118, de 1991, buscando regrar o uso de carroças na cidade de
Porto Alegre. O Código Municipal de Limpeza Urbana, que é de 1990, no seu art.
11, já proíbe qualquer tipo de coleta, seja tração animal, seja tração animal,
seja motorizada, que não seja pelo DMLU. Isso já é proibido.
(Manifestações nas galerias.)
O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Silêncio. Há
um Vereador na tribuna.
O SR. BETO MOESCH: Adiar, por
quê? Algo que já está, inclusive, regrado pelo Código Nacional de Trânsito,
pela Lei dos Crimes Ambientais? E é aí que vem, justamente, Verª Maria Celeste,
o programa a que V. Exª se refere, porque não houve programa no seu Governo.
(Palmas.) Houve, justamente, a posição confessa e objetiva de deixar circular
carroças como se não existisse lei.
(Manifestações nas galerias.)
O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Há um Vereador
na tribuna. Peço silêncio!
O SR. BETO MOESCH: Agora, o que
um conjunto de Vereadores está fazendo? Justamente através de um Projeto de
Lei, dando um prazo de oito anos, período que prevê recursos orçamentários
obrigatórios a cada ano, parcerias através de convênios com os setores público
e privado, para que possamos manter, qualificar e ampliar os galpões de triagem
na cidade de Porto Alegre, com acompanhamento e qualificação, porque é disso que a Cidade precisa. Enquanto a
classe média continuar sendo irresponsável com seus resíduos, colocando lixo no
chão, não separando os resíduos, vamos precisar de catadores, mas catadores
dentro do sistema formal, dentro do sistema da coleta seletiva de resíduos,
dentro do princípio da humanidade, um princípio humano; é disso que precisamos.
Adiar para que, se é um tema recorrente há anos,
aqui na Câmara de Vereadores e no Executivo?
E quero, aqui, ao finalizar, Ver. Comassetto, proponente,
e Verª Maria Celeste, que estão procurando adiar algo que é recorrente, que já
existe, Ver. Sebenelo, que é o Programa financiado - um milhão e 500 mil
reais já para este ano; o mais tardar,
no início de 2009 - para capacitação,
qualificação, ampliação dos galpões de triagem. É disso que nós precisamos,
porque, senão, nós não vamos mais precisar do DMLU, e não vamos mais precisar
da EPTC. Não vamos mais precisar de regras!
(Manifestação nas galerias.)
O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Há um Vereador
na tribuna que precisa se expressar e tem que ser ouvido por todos. Este é o
Regimento da Casa. Estão suspensos os trabalhos da presente Sessão.
(Suspendem-se os trabalhos às 16h37min.)
O SR. PRESIDENTE(Claudio Sebenelo – às 16h38min): Estão reabertos
os trabalhos. Pode falar, Vereador.
O SR. BETO MOESCH: Buscando
concluir: o Programa não só está em andamento no Poder Executivo, Ver. Garcia,
como está previsto no Substitutivo nº 03, Ver. Sebastião Melo! O Executivo já
está fazendo o Programa, e o Substitutivo prevê o Programa, Verª Maria Celeste;
o Programa está aí. Vocês não fizeram, nós estamos fazendo, nós, Câmara de
Vereadores. No momento em que o Poder Executivo...
(Manifestação nas galerias.)
O SR. BETO MOESCH: Ver. Sebenelo,
demais Vereadores e Vereadores, sociedade, imprensa, sim, Ver. Sebastião Melo,
nós estamos diante de um problema social e ambiental gravíssimo para ser
enfrentado em Porto Alegre; e o Executivo não soube enfrentá-lo nesses anos
todos - o nosso Executivo atual e o anterior. Cabe...
(Manifestação nas galerias.)
O SR. BETO MOESCH: Portanto,
cabe ao Município e ao Legislativo sanear, ou omissões ou insuficiências, tanto
legais como administrativas, que vêm ocorrendo nesta Cidade com relação a esse
tema.
Por isso vamos manter o Projeto em votação hoje e
vamos aprová-lo.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): A Verª
Maristela Maffei está com a palavra para encaminhar a votação do
Requerimento do Ver. Carlos Comassetto
e outros.
A SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, senhoras e senhores,
nós, os educadores; nós, os mestres; nós, esta Casa; nós, os senhores
detentores do poder e do saber, a nós foi remetido esse problema como se nós
tivéssemos a sapiência de dizer para a sociedade o que tem que ser feito para a
sociedade; como se nós tivéssemos o direito, nesta Casa, de fazer as leis e
caminhar sozinhos. Não precisa mais de nenhum estrato social, porque há algum
ou outro estrato social que está dentro da questão do status quo. O
resto é o lixo, o resto é o resto. Assim são tratadas as coisas. Eu quero dizer
ao Ver. Sebastião Melo, a quem prezo muito, que ele foi corajoso ao ter trazido
isso para esta Casa, porque esse Prefeito que está ali no Paço Municipal não teve
a capacidade de apresentar à cidade de Porto Alegre um projeto que viabilizasse
e incluísse. Dizia, anteriormente, que não basta ter quatro paredes, dar uma
casa porque, senão, se transforma em mercadoria, porque o ser humano e o ser
vivo querem ser incluídos como um todo, e, para isso, eles têm de ter o
respaldo necessário para serem protagonistas da história. Eu queria, também,
Sr. Presidente, que a questão da Segurança e da Educação também fosse, pelos e-mails
que essas pessoas tão civilizadas... Eu queria ler, mas eu fico envergonhada
por pessoas que se dizem tão civilizadas não terem a capacidade de bater no
gabinete da Vereadora e dizer o que pensam, olhando nos olhos, ou a capacidade
de negociar, porque “se acham”, porque, quando não se tem determinado status
quo ou não se tem uma determinada linhagem, se é considerado gentalha! E
assim será com vocês, é assim que eles tratam quando não concordam! E aí,
Vereador, vem a covardia! E aí eu queria que a Guarda Municipal, que falta nas
escolas para dar segurança, também tivesse sido chamada! Eu gostaria, de tanta
vergonha que eu senti, que o detector também fosse passado nos e-mails
que esta Vereadora e tantos outros Vereadores receberam.
Saibam, senhoras e senhores, que não é véspera de
uma eleição que inibe quem tem posição. Partido - vamos fazer uma aula aqui de
filosofia - é parte, eu represento uma parte da sociedade. E essas partes têm
lado. E o que eu lamento é que determinado status quo não consegue
aceitar que as pessoas diferentes possam ou queiram ajudar a construir. Isso
tem nome. E quero dizer mais: eu tenho o maior respeito pelas organizações que
lutam e cuidam da vida.
Tenho certeza de que determinadas pessoas que
mandaram e-mail, se hoje houvesse aqui a votação da pena de morte,
seriam as primeiras a levantar a mão! E os primeiros seriam os negros e os
pobres que iriam para o paredão!
Então, senhoras e senhores, é tempo de repensar, é
tempo de conviver, é tempo de aprender e é tempo de compreender que os
movimentos sociais, sejam quais forem, não são nem melhores nem piores, se
tiverem a capacidade de sentar e não de fechar o nariz. Porque é muito fácil
julgar, é muito fácil cuidar de parte, porque aí tu jogas o resto, para que o
resto se vire. E não é assim que nós queremos, nós queremos uma sociedade que
inclua todos, nós queremos uma sociedade que respeite as partes, mas que não
discrimine o todo, e o todo é a grande maioria. E não me venham com esse papo
atrasado e retrógrado da questão dos impostos: “Porque eu pago, e
não-sei-o-quê”. Porque aqui todo mundo paga, direta ou indiretamente.
Então, senhoras e senhores, com toda a ternura,
porque hoje é o Dia dos Namorados, a gente sabe brigar, mas também sabe ser
terno, quero dizer com relação ao Projeto que está sendo discutido hoje aqui, ressalvando
o Ver. Sebastião Melo, que é uma covardia o Prefeito não nos receber e não
compreender que é responsabilidade do Executivo Municipal, porque ele teve a
compreensão de ajudar a privatizar, de fechar os olhos ao que aconteceu no
DMLU, de achar - e não ouvir quem conhece - que galpão são quatro paredes, de
não compreender que segmento tem que ser ouvido e ter a capacidade de ser
professor, mas também aprender no cotidiano. Por isso, senhoras e senhores, com
todo o respeito, nós achamos, a Bancada do PCdoB, que deve ser retirado todo o
Substitutivo, que devemos ir até o Prefeito e conversarmos, para que o
Executivo cumpra o seu papel, sob o jugo de nós estarmos, sim, olhando a
sociedade apenas em parte. Essa sociedade não tem e-mail para mandar a
sua opinião, esse grande número de pessoas tem sentimento, elas pensam, elas
produzem e querem estar com a cidade de Porto Alegre. Muito obrigada. (Palmas.)
(Não revisado pela oradora)
(Manifestação das galerias.)
O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Obrigado, Verª
Maristela Maffei.
A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento de autoria do Ver. Carlos Comassetto e
outros.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr.
Presidente, Ver. Claudio Sebenelo; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras,
prezados cidadãos e cidadãs que, com toda a legitimidade de ambas as posições,
vêm a esta Casa discutir com os seus Vereadores os destinos desta Cidade, o
destino das suas vidas. Eu falo como uma das autoras do Requerimento e peço
licença à minha Bancada, mas quero registrar aqui que o Requerimento de
adiamento é assinado por várias Bancadas: pelo PTB, o Brasinha; pela Verª
Neuza, pelo Ver. Nereu, do PDT; pelo Ver. Luiz Braz, pela Verª Maristela. Não é
um Requerimento de uma única Bancada, e isso deve dizer alguma coisa para o
nosso tema. E vou tentar mostrar alguns dos argumentos por que a Cidade precisa
refletir melhor e como tratará esse assunto. Nós colocarmos aqui, pura e
simplesmente, os contras e os prós é uma falsa contraposição, porque encaminhar
melhor o tema da limpeza urbana, do recolhimento dos resíduos sólidos, do uso
da tração animal beneficia ambas as posições aqui apresentadas. Só que, neste
momento, por omissão - e eu afirmo aqui -, por omissão do Governo, nós não
temos uma solução adequada.
(Aparte anti-regimental do Ver. João Bosco Vaz.)
A SRA. SOFIA CAVEDON: E eu quero
falar inclusive do Governo passado, Bosco. Nós temos há quatro anos um Governo,
é verdade que tem 16 anos de outro Governo, que construiu...
(Manifestação nas Galerias.)
A SRA. SOFIA CAVEDON: Peço que o
Vereador Bosco me permita...
(Manifestação nas Galerias.)
O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Há uma
Vereadora na tribuna! Vamos ouvir a Vereadora que está na tribuna!
A SRA. SOFIA CAVEDON: Peço ao Ver.
Bosco, com quem gosto de fazer o debate, que o faça. Eu me orgulho dos limites,
mas dos avanços dos 16 anos, Ver. Bosco! Dezoito galpões de reciclagem foram
construídos; o Governo Fogaça não fez nem um a mais, nem um a mais! Nem um,
Ver. Bosco! Nem um a mais! E o que é que eu afirmo com isso? Que não é um
problema de disputa partidária, é um problema que este Projeto vem sendo
discutido há três anos, e, no primeiro grande debate em plenário, para votação,
nós dissemos isso que os Vereadores estão dizendo aqui: o Legislativo, para
determinar oito anos, tem que indicar recursos e que sozinho não acha solução.
Nós precisamos construir um acordo, um programa de Estado nesta Cidade, porque
a Cidade vai se comprometer em priorizar o Orçamento, em construir políticas
públicas, e não simplesmente colocarmos uma espada sobre as famílias que hoje
vivem da reciclagem dos resíduos sólidos desta Cidade.
E eu queria fazer uma reflexão de quem é de classe
média – eu sou, tenho o privilégio de ser, ao contrário dos miseráveis e pobres
desta Cidade -, que nós, da classe média, sabemos que, na cidade de Porto
Alegre, houve um aumento, em 2006 e 2007, de 57% em número de homicídios! A
nossa Cidade vive uma violência que mata os nossos filhos e os filhos dos
pobres! Nós não vamos construir qualidade de vida se não comprometermos todos,
com dignidade, toda a população da cidade de Porto Alegre. Oito mil famílias
optaram por trabalhar recolhendo, penosamente, Ver. Braz, o lixo na Cidade, e
essa opção, com certeza, não é gratuita, ela tem um condicionamento material de
um País capitalista e pobre, de muita concentração de renda, essa opção é de
sobrevivência. E há uma rede econômica em torno dessa opção, que eu muito
respeito, que vai do “capinzeiro” ao ferreiro, ao que produz as carroças, a
quem trata dos cavalos, a quem recicla e a quem cata - é uma família muito
grande, uma rede muito grande que sobrevive solidariamente e presta um serviço
para a nossa Cidade, que, é verdade, precisa de um olhar e de um investimento.
E eu quero encerrar dizendo que nós queremos mais
uma vez sinalizar para o Governo Municipal que o Legislativo quer construir
prioridade, quer construir alternativas que penalizem menos esses cidadãos,
menos os animais, menos as crianças que precisam de mais creches, que
dificultem menos a nossa vida, o nosso trânsito, etc. Mas nós queremos
construir essa prioridade, Ver. Dib. Isso tem que estar no Orçamento, tem que
ter plano de trabalho, tem que ter parceria com o Governo Federal, aí, sim, nós
vamos construir alternativas e dizer que a gente está junto fazendo uma Cidade
melhor. É para isso esse prazo. É para isso: para nós todos vivermos muito mais
felizes nesta Cidade!
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Obrigado, Verª
Sofia Cavedon.
O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento de autoria do Ver. Carlos Comassetto e
outros, pela Bancada de Governo.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr.
Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, meus senhores e minhas senhoras,
a experiência é algo que não pode ser desprezada. Quando nós queremos resolver
um problema...
(Manifestações nas galerias.)
O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Silêncio! Há
um Vereador falando na tribuna!
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr.
Presidente, eu entendo o posicionamento dessas pessoas que aqui estão, eu não
tenho nenhuma contrariedade com elas, eu só espero que ouçam o que eu quero
falar, mas não tenho nada contra.
Quando eu não quero resolver um problema, eu nomeio
uma grande comissão, que pede mais tempo, mais tempo e não resolve. Se houvesse
sinceridade na solicitação do adiamento, eu estaria pronto a fazer com que isso
acontecesse. No entanto, se houvesse sinceridade, nós começaríamos a discutir –
são 36 discursos que podem ser feitos - e não encerraríamos a Sessão no dia de
hoje, não encerraríamos a discussão; nós poderíamos, amanhã, procurar o
Prefeito, e, segunda-feira, continuar a discussão. Mas não é isso que se
pretende, pois nós vamos pedir cinco Sessões de adiamento e depois vamos fazer
todo o carnaval possível, usando indevidamente essas pessoas que aqui estão
agora!
(Manifestações nas galerias.)
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Podem vaiar,
eu jamais vou me incomodar com a vaia, porque eu não me preocupo! Eu quero a
verdade, e a verdade às vezes dói! Não estão querendo resolver o problema,
estão querendo transferi-lo, aqueles que, durante anos e anos aumentaram o
número de carroças nesta Cidade sem que houvesse a preocupação com números, sem
que houvesse a preocupação com o destino dessas carroças. Portanto, agora,
querem adiar por cinco Sessões. Não querem solução, solução significa
responsabilidade, e responsabilidade se assume e não se transfere. Portanto, eu
acho que nós devemos iniciar a votação.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Obrigado, Ver.
João Antonio Dib.
O Ver. Luiz Braz está com a palavra para encaminhar
a votação do Requerimento de autoria do Ver. Carlos Comassetto e outros.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Ver. Claudio
Sebenelo; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e senhores,
esta Casa sempre está enriquecida democraticamente quando nós temos aqui a
presença do povo de nossa Cidade, que vem aqui para acompanhar os debates e
participar de todas as formas possíveis. O Líder da situação, Ver. Professor
Garcia, me solicitou que informasse aos senhores e às senhoras que o DMLU está
entregando três galpões de reciclagem: dois na Rua Voluntários da Pátria,
esquina com a Rua Ramiro Barcelos; e um que será entregue no fim do ano, na
Lomba do Pinheiro, para resíduos hospitalares.
Eu vou pedir que todos nós que estamos aqui hoje
discutindo essa matéria possamos ponderar, Secretário Fortunati, naquilo que
realmente importa para nós, que é o futuro dessas pessoas e o futuro da nossa
Cidade. Quando eu pondero sobre o futuro dessas pessoas, eu quero saber
exatamente se há garantia daquilo que vai ser feito com eles, se porventura o
Projeto que termina por completo com a atividade das carroças for aprovado. Eu
acho que ainda nós não temos, com toda certeza, essa resposta. Os cavalos que
vão ficar sem ter o que fazer, porque eles não vão puxar carroça, e são muitos
os cavalos, o que será feito com esses cavalos? E se, porventura, Secretário
Fortunati - estou dialogando com V. Exª -, nós pudermos, através de contatos
com a Prefeitura Municipal, com os técnicos da Prefeitura, não numa grande
Comissão desta Câmara, mas numa pequena Comissão desta Casa, nestas cinco
Sessões, Ver. Sebastião Melo, encontrar respostas mais eficazes para as
perguntas que ainda não foram respondidas? Se nós, porventura, pudermos
encontrar uma fórmula que não a da Emenda do Governo, que diz que somente
quando tivermos uma fórmula de geração de renda para todos aqueles que ficarão
sem trabalho, é que será implementada a lei? Essa é a proposta quem vem aqui
através dessa Emenda: não se sabe quando o Projeto, que poderia ser aprovado
hoje, poderia entrar em atividade, Ver. Professor Garcia.
Acredito que este Requerimento de adiamento da
discussão por cinco Sessões é para que possamos, todos nós, dialogar com o
Governo, Verª Sofia Cavedon, no sentido de encontrarmos uma resposta ou
respostas. Eu acho que não é contrário aos interesses nem daqueles que querem
prosseguir com o serviço das carroças em nossa Cidade, nem daqueles que são
contrários a terminar com o trabalho que as carroças fazem em todas as regiões
da nossa Cidade. Acho que cinco Sessões não representam muito; cinco Sessões
representam, na verdade, duas semanas. Esse é o prazo que está sendo pedido
através deste Requerimento, Ver. Professor Garcia, para que se possa fazer uma
conversa, um acordo, Ver. Nereu D’Avila, e chegar a um entendimento de que
realmente vamos encontrar alguma solução, talvez, melhor do que as fórmulas
encontradas até agora, porque essas fórmulas não dão a resposta definitiva para
muitas perguntas que são feitas. Nós vamos encontrar essas respostas, Ver.
Carlos Comassetto. Por isso eu resolvi, contrariando muitos dos meus
companheiros, assinar este Requerimento de adiamento, porque acredito que ele é
a melhor fórmula encontrada neste momento para que nós possamos talvez
prosseguir essa discussão em duas semanas, Verª Sofia Cavedon. Foi o trato que
nós fizemos: cinco Sessões, duas semanas, para que nós possamos ter uma
resposta, quem sabe, mais eficaz do que esta encontrada, tanto pelo meu
Substitutivo, que está tramitando, como pelo Projeto do Ver. Sebastião Melo.
Acho que não é uma demasia nós fazermos isso; isso não pode ser de quem
encontra primeiro a resposta. Eu acho que nós temos que dar um tempo para que
todos juntos possamos chegar a um entendimento melhor, Ver. Elói Guimarães,
Ver. Brasinha, e acho que vamos caminhar para um entendimento melhor se
aprovarmos este Requerimento que pede o adiamento da discussão por cinco
Sessões.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Obrigado, Ver.
Luiz Braz.
(Manifestações nas galerias.)
O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): O Ver. Carlos
Comassetto está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento de sua
autoria e outros, pela Bancada de Oposição.
O SR. CARLOS COMASSETTO: Ver. Claudio
Sebenelo, na presidência dos trabalhos; colegas Vereadores e Vereadoras;
senhores e senhoras, quero iniciar esta fala cumprimentando o nosso colega e
Presidente da Casa, Ver. Sebastião Melo, por trazer esse tema para o debate, e
também pelo pronunciamento do Ver. Sebastião Melo dando acordo de nós
postergarmos a votação do Projeto. Por que postergarmos a votação? Somente hoje
surgiram, dos diversos Partidos, 13 Emendas no sentido de qualificar o Projeto.
Se surgiram 13 Emendas...
(Aparte anti-regimental.)
O SR. CARLOS
COMASSETTO: Sim, senhora, 13 Emendas no sentido de qualificar o Projeto. Se isso
está correto, creio que nós deveremos aproveitar essas Emendas para qualificar
o Projeto. E eu tenho algumas perguntas a fazer para a cidade de Porto Alegre,
e algumas afirmações também. Primeiro, o problema das carroças, hoje, está
diretamente ligado ao problema da reciclagem dos resíduos sólidos e orgânicos
da cidade de Porto Alegre. Para resolver o problema das carroças, nós também
temos que resolver, logo ali, o problema dos puxadores de carrinho, que também
trabalham com a reciclagem. Hoje isso é em torno de 1.200 famílias, mas que se
situam do Centro para as ilhas da cidade de Porto Alegre. Nós temos, para o centro
do sul da cidade de Porto Alegre, a chamada “cidade rururbana”, que não
trabalha direta e exclusivamente com a reciclagem, mas com todas as atividades
relacionadas à produção primária. Lá também é utilizada a carroça. Se
aprovássemos este Projeto hoje, estaríamos inviabilizando a utilização dessa
fonte de tração animal para toda a Cidade, e creio que ninguém quer isso. Temos
que encontrar solução para esse tema.
Dito isso, para fazer qualquer programa como está
sendo dito no Projeto de Lei, precisamos de recursos, e não podemos e não
estamos destinando recursos. Eu - que também sou um defensor dos animais, quero
que vocês pesquisem e digam se não – fui o autor da construção do Centro de
Zoonoses, lá no Centro Agrícola Demonstrativo, em 1991. O Centro de Zoonoses
que hoje que está abandonado, que não tem veterinário, que não tem estrutura.
Nós queremos que isso seja qualificado nesse Projeto também - o Centro de
Zoonoses - para que os animais possam ser tratados com o devido direito, e o
Poder Público ter a intervenção. (Palmas.) É isso também. Vou levar a senhora,
que está me apontando o dedo, lá na Estrada das Três Meninas, onde eu moro; há
três cavalos mortos atirados lá na rua. Por quê? Porque foram as veterinárias
lá da região que mataram os cavalos e jogaram na rua! E o Poder Público não tem
nenhuma intervenção! Quero encarar esse tema de frente! Não é fazer um falso
Projeto no sentido de não abranger a totalidade - desculpe, Ver. Sebastião
Melo, não é no sentido da intenção do seu Projeto -, mas não é fazer um Projeto
que não seja qualificado no sentido de ter a abrangência total do problema. E
aí, senhores e senhoras, como é que nós resolveremos um problema desses sem
recursos? Agora, em agosto, setembro, o Executivo Municipal mandará para esta Casa
o Projeto de Lei Orçamentária. É o momento para o Executivo – e isso é de
autoria do Executivo – mandar para cá um Projeto que resolva o problema da
reciclagem na globalidade, como um todo, e que digam como é que vai ser feito o
tratamento dos animais como um todo, e que digam como é que vai ser feita a
coleta de resíduos orgânicos, inclusive os estrumes dos cavalos como um todo! É
isso que tem que ser dito. E que diga como é que vai ser a sustentabilidade
econômica dessas 1.300 famílias, hoje, que sobrevivem dessa atividade. E que
reconstruam os galpões de reciclagem.
Por isso, para todos os presentes aqui, para as
duas alas, carinhosamente, quero dizer que esta é uma Casa do Parlamento, nós
temos que parlar para chegar às soluções, e a solução se constrói quando
se tem contradição. Portanto é aqui, na tribuna, que vamos construir um projeto
e exigir que o Executivo mande para cá a solução com recurso; caso contrário
será mais um falso indicativo para sociedade. Nós queremos resolver e não só
discutir. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): O Ver. José
Ismael Heinen está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento de
autoria do Ver. Carlos Comassetto e outros.
O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Sr.
Presidente, nobres colegas Vereadores e Vereadoras, é chegado o momento desta
Câmara assumir as suas funções legislativas com a devida responsabilidade que
cabe a cada um de nós. Está em pauta, neste momento, tão-somente se vamos
aceitar o Requerimento para adiarmos a votação deste Projeto por cinco Sessões.
É isso que nós estamos discutindo agora, neste momento. Não estamos aqui
discutindo se só em Porto Alegre há assassinatos, como a colega aqui falou; se
só Porto Alegre não tem saúde; se só Porto Alegre não tem educação. Acho que
isso está dentro deste Brasil todo. Todo este Brasil sofre desse mesmo mal, e
as Prefeituras são as menos culpadas, porque elas não têm verbas; a verba está
no bolso de uma pessoa só.
Então nós queremos aqui, neste momento, nós,
representantes democráticos da maioria do povo desta Cidade, decidir se nós
vamos votar nesta Sessão ou se nós vamos votar a daqui mais cinco Sessões. Ora,
meus senhores, este Projeto está nesta Casa há três anos, devidamente, para que
nós tivéssemos tempo suficiente para lê-lo, estudá-lo, discuti-lo - e houve
discussões - e para tomarmos as nossas decisões. Conforme as nossas convicções,
eu tenho certeza de que haverá de ser decidido: Porto Alegre toma uma posição
que há muito tempo deveria ter tomado, e promovemos uma verdadeira inclusão
social daqueles que estão hoje usando tração animal para ter o seu sustento.
Nós temos duas alternativas, Ver. Sebastião, ou nós tiramos esses animais da
Cidade ou vamos fazer um programa de inclusão social da população, de quem usa e
de quem cuida desses animais. Porque eu não quero que, amanhã ou depois, os
filhos, os netos desses cidadãos estejam nessa situação de querer buscar a sua
inclusão social. É chegado o momento de a Cidade tomar uma decisão - uma
decisão consciente e madura -: se ela quer, para sempre, ser institucionalizada
com os carroceiros de tração animal, ou nós resolvemos esse problema com
responsabilidade, sem que parte nenhuma seja prejudicada.
Há três anos, nós estamos estudando; há três anos
nós estamos discutindo, e eu acho que é chegado o momento de, conscientemente,
hoje, tomarmos as nossas decisões. Somos contrários ao adiamento dessa votação.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Obrigado,
Vereador.
Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Haroldo de
Souza, o Requerimento, de autoria do Ver. Carlos Comassetto e outros, que
solicita o adiamento da discussão do PLL nº 043/05 por cinco Sessões. (Pausa.)
(Após a apuração nominal.) Houve 16 votos SIM, 16 votos NÃO.
Este Presidente vota NÃO. REJEITADO o Requerimento de
adiamento da discussão do PLL nº 043/05.
Apregôo as seguintes Emendas:
Emenda nº 03 ao Substitutivo nº 02 do PLL nº
043/05, que institui no Município de Porto Alegre o Programa de Redução Gradativa
do Número de Veículos de Tração Animal e dá outras providências.
Emenda nº 04 ao Substitutivo nº 02 do PLL nº
043/05, que dá nova redação ao art. 5º: “Fica estabelecido o prazo de 8 anos
para que seja proibida em definitivo a circulação de VTAs no trânsito do
Município de Porto Alegre.” Assina a Verª Margarete Moraes.
Em votação o Requerimento, de autoria da Verª
Margarete Moraes, solicitando dispensa do envio da Emenda nº 04 ao Substitutivo
nº 02 do PLL nº 043/05 às Comissões. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Apregôo a Emenda nº 07 ao Substitutivo n° 03 do PLL
n° 043/05.
Em votação nominal, solicitada pela Verª Sofia
Cavedon, o Requerimento de autoria da
Verª Margarete Moraes, solicitando a dispensa do envio da Emenda nº 03 ao
Substitutivo nº 02 do PLL nº 043/05 e da Emenda nº 07 ao Substitutivo nº 03 do
PLL nº 043/05 às Comissões. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) Onze votos SIM,
02 votos NÃO e 1 ABSTENÇÃO.
Não há quórum, a votação é nula. Estão encerrados
os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se
a Sessão às 17h21min.)
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